Aldeia fica sem luz por 45 dias e salva filhotes de pássaro

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Robin indiano, espécie comum no sul da Índia; aldeia se mobiliza para salvar seu ninho. Foto - Pixabay
Robin indiano, espécie comum no sul da Índia; aldeia se mobiliza para salvar seu ninho. Foto - Pixabay

Essa história incrível aconteceu numa pequena aldeia da Índia. Para salvar os filhotes de um Robin indiano que construiu seu ninho no painel principal de luz do vilarejo, os moradores concordaram em ficar sem luz elétrica nas ruas por 45 dias.

O caso não é recente, mas merece ser contado. O ninho foi encontrado por Karuppu Raja, o encarregado de acender todos os dias, às 18h, as luzes de Potthakudi, um o lugarejo de 120 moradores, que tem apenas 35 postes.

Amante de pássaros, Raja tirou fotos e fez um vídeo do passarinho no ninho e compartilhou no grupo de WhatsApp da aldeia. A ideia era discutir com os moradores uma forma de assegurar que a “mãe” não abandonasse o ninho e que os filhotes nascessem em segurança.

O temor de Raja era que o simples gesto de ligar as luzes dos postes, como ele fazia todos os dias, pudesse afastar a “mamãe” Robin do ninho em definitivo.

Robin e seu ninho, construído na central de energia de aldeia indiana. Foto - Karuppu Raja
Robin e seu ninho, construído na central de energia de aldeia indiana. Foto – Karuppu Raja

Cuidado extremo e mãe e filhotes

“Escrevi no WhatsApp que desligar as luzes era a única solução. Isso porque o pássaro iria voar assim que percebesse um toque ou contato humano próximo ao seu ninho. Eu também disse ao grupo que deveríamos salvar o pássaro e seus filhotes a qualquer custo“, explicou Raja ao jornal indiano Deccan Herald.

Alguns moradores temiam pela segurança, especialmente das mulheres, com as luzes desligadas à noite e, inicialmente, não aderiram à ideia. Mas a maioria concordou. Raja passou, então, a acompanhar diariamente, com fotos e vídeo, a “gravidez” da “mamãe” Robin e compartilhar com os moradores no grupo de WhatsApp.

Mesmo após o nascimento, a cidade ficou ainda alguns dias sem luz. Afinal, o pássaro precisava alimentar os seus filhotes para que eles crescessem e tivessem condições de bater asas. Desde que o ninho foi descoberto e até que “mamãe” e filhotinhos decidissem procurar uma nova morada, passaram-se 45 dias.

Nesse tempo todo, as ruas da pequena Potthakudi ficaram escuras. Valeu o sacrifício? O amante de pássaros Karuppu Raja assegura que sim. “Estamos felizes que nossa aldeia tenha dado esse exemplo de bondade”.

Um gesto muito simples, mas que fez com que a aldeia de Potthakudi recebesse o reconhecimento de toda a Índia, o segundo país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de habitantes, por sua generosidade.

Com Deccan Herald e GNN

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