Saiba quais vacinas podem impulsionar campanha no país

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Vacina de dose única da Johnson contra Covid foi comprada pelo Brasil. Foto - Johnson - divulgação
Vacina de dose única da Johnson contra Covid foi comprada pelo Brasil. Foto - Johnson - divulgação

A tão esperada vacinação contra a Covid-19 no Brasil começou, mas o ritmo é ainda muito lento, pois faltam vacinas. Por enquanto, foram vacinadas pouco mais de 2 milhões de pessoas. Dois imunizantes podem, entretanto, dar novo impulso à campanha de vacinação no país: da Jonhson e Sputinik V.

O Plano Nacional de Imunização (PNI) está usando as duas vacinas que foram aprovadas para uso emergencial no país: a coronavac, da chinesa Sinovac, e a de Oxford/AstraZeneca. A primeira será produzida pelo Instituto Butantan e a segunda pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas os dois laboratórios dependem de insumos importados da China que, por entraves políticos e burocráticos, estão demorando para ser liberados.

Para agilizar a vacinação dos brasileiros será necessário, portanto, adquirir outras vacinas. Afinal, o Brasil é o segundo maior país do mundo em número de mortes pela Covid-19 e as infecções têm crescido muito no início deste ano, em alguns casos de forma assustadora, como em Manaus.

A Johnson & Johnson anunciou que vai disponibilizar sua vacina para o Brasil e as tratativas com o Ministério da Saúde já foram iniciadas. O imunizante, o único do mundo, por enquanto, que é aplicado em dose única, tem eficácia média de 66% e reduziu em 100% as mortes e hospitalizações por conta da Covid-19.

Como a vacina foi testada em cerca de 7.500 voluntários brasileiros, sua liberação para uso emergencial é bem mais fácil. Por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), só podem ser aplicados em brasileiros os imunizantes que tiverem sido testados no país.

A empresa vai fazer nos próximos dias o pedido de uso emergencial da vacina junto à agência regulatória dos Estados Unidos (FDA) e deve fazer o mesmo na Anvisa em breve.

A Johnson informa que tem capacidade de produzir 1 bilhão de doses da vacina ao longo de 2021. Parte desse montante deverá ser destinado para a campanha de vacinação no Brasil, embora não se saiba ainda a quantidade que será comprada pelo Ministério da Saúde.

Vacina russa

Spunitk 5, a vacina russa contra a Covid-19, também está na mira do governo brasileiro. Foto - Redes sociais-reprodução
Spunitk 5, a vacina russa contra a Covid-19, também está na mira do governo brasileiro. Foto – Redes sociais-reprodução

Outra vacina que poderá ser incorporada à campanha nacional de vacinação é a russa Sputnik V, que tem eficácia de 91% e está sendo usada em vários países, como na vizinha Argentina. Mas como ela não foi testada em brasileiros, sua liberação por parte da Anvisa é mais complexa.

O laboratório russo Gamaleya, que desenvolveu a vacina, fez acordo com a empresa União Química para produzir o imunizante no Brasil e o governo da Bahia tem um protocolo de intenção para a compra de 50 milhões de doses da Sputinik V. Para tentar apressar a liberação do imunizante, o governo baiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para poder usá-lo em caráter emergencial.

O argumento é simples: como vivemos um quadro de epidemia, com milhares de mortos pelo novo coronavírus, não há razão para impedir o uso da vacina no país, uma vez que ela está sendo usada em vários outros países, onde não foi relatado nenhum efeito colateral grave entre os vacinados.

Portanto, o caminho para a aprovação do imunizante russo pode ser encurtado por uma decisão da Justiça. Se o governo da Bahia tiver êxito na ação no STF, a decisão poderá valer para outros estados e até para o país. Mas a União Química já tenha anunciado a disposição de realizar os testes em voluntários brasileiros, embora esse seja um caminho mais longo.

Pfizer e Moderna

Vacina da Moderna também pode ser incorporada ao plano nacional de imunização. Foto - Moderna - divulgação
Vacina da Moderna também pode ser incorporada ao plano nacional de imunização. Foto – Moderna – divulgação

O Ministério da Saúde também não descarta a compra das vacinas da Pfizer/BioNtech, que tem eficácia de 95%, e da Moderna, que é 94% eficaz. Embora muito eficientes e seguras, há duas dificuldades para a aquisição desses imunizantes pelo governo brasileiro: o preço, bem maior que as concorrentes, e o armazenamento, uma vez que ambas precisam ser guardadas em temperaturas muito baixas.

Por enquanto, o Brasil tem acordo para a compra de 100 milhões de doses da vacina Coronavac, que serão fabricadas pelo Butantan, e outras 100 milhões de doses da Oxford/AstraZeneca, fabricadas pela Fiocruz, quantidade que deve ser usada ao longo do primeiro semestre (se não houver grandes atrasos na importação dos insumos).

Essas 200 milhões de doses serão suficientes para vacinar 100 milhões de pessoas, menos de 50% da população do país. Portanto, serão mesmo necessárias as compras de outras vacinas para a campanha nacional de imunização, uma vez que os especialistas em saúde pública recomendam que sejam vacinados, em média, 80% dos brasileiros.

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