Muralha verde na África vai gerar 10 milhões de empregos

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No lado esquerdo, linha verde mostra trecho da Muralha Verde que está sendo
No lado esquerdo, linha verde mostra trecho da Muralha Verde que está sendo "construída" na África. À direita, área com novas árvores plantadas

Enquanto o Brasil assiste a degradação de seus principais biomas, como a Floresta Amazônica e o Pantanal, devastados por queimadas e desmatamento, países africanos estão trabalhando para construir a Grande Muralha Verde da África. Trata-se de um paredão verde de 8 mil km em toda a extensão do continente, que acaba de receber um aporte bilionário de 14 bilhões de dólares, o equivalente a R$ 77 bilhões.

A ideia de “plantar” a grande muralha verde nasceu em 2007, como medida para tentar impedir a desertificação de vilas próximas ao deserto do Saara, na região do Sahel, plantando e cuidando de árvores para criar uma barreira ecológica ao longo da margem sul do deserto do Saara, que vai da costa do Atlântico ao Mar Vermelho – ou do Senegal ao Djibouti.

A região do Sahel já foi um oásis exuberante de vegetação na década de 1970. Mas uma uma junção de fatores, como crescimento populacional, manejo inadequado da terra e mudanças climáticas transformaram a área em uma faixa de terra estéril e degradada.

A área verde do mapa mostra como será a Grande Muralha Verde em "construção" na África. Imagem - Great Green Wall
A área verde do mapa mostra como será a Grande Muralha Verde em “construção” na África. Imagem – Great Green Wall

Resultados visíveis

Desde o início do projeto até agora, apenas 15% da área original da muralha foram concluídos, mas os números já impressionam: 15 milhões de hectares de terras recuperadas na Etiópia e outros 5 milhões de hectares na Nigéria. Em menos de uma década, 12 milhões de árvores resistentes à seca foram plantadas na região.

Com o recurso bilionário de cerca de R$ 77 bilhões, que deverá ser aplicado ao longo de dez anos, outra importante área do projeto será concluída. O recurso, que foi intermediado pelas Nações Unidas, será financiado pelo governo da França, Banco Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento.

A meta da Grande Muralha é ousada: até 2030, os responsáveis querem restaurar 100 milhões de hectares de terras que estão hoje degradadas, sequestrar 250 milhões de toneladas de carbono e criar 10 milhões de empregos em áreas rurais.

O projeto é, portanto, bem maior do que construir 8 mil km de uma área verde. Vai ajudar a combater a fome e a pobreza, reduzir a corrente migratória de milhares de africanos que se veem sem condições de sobrevivência, aumentar as oportunidades econômicas, melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas e contribuir para reduzir as mudanças climáticas.

Mulheres plantam sementes que serão usadas na Grande Muralha Verde. GreatGreenWall.org

“A Grande Muralha Verde é um exemplo inspirador de restauração de ecossistemas em ação”, disse Susan Gardner, Diretora da Divisão de Ecossistemas do Programa Ambiental da ONU. “Está se tornando rapidamente um corredor de crescimento verde que está trazendo investimentos, aumentando a segurança alimentar, criando empregos e plantando as sementes da paz”, acrescentou.

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