Designer suíça cria fralda de alga descartável e sustentável

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Fraldas criadas por designer suíça são feitas de algo, de um tecido chamado SeaCell. Foto - Divulgação
Fraldas criadas por designer suíça são feitas de algo, de um tecido chamado SeaCell. Fotos - Divulgação

A designer suíça Luisa Kahlfeldt projetou uma nova fralda descartável que é mais sustentável do que outras feitas de pano reutilizáveis. Batizadas de fraldas Sumô, são feitas de um tecido chamado SeaCell, composto de algas e eucalipto. O tecido é antibacteriano e rico em antioxidantes, o que é benéfico para a pele dos bebês.

O Brasil é hoje o terceiro país que mais utiliza fraldas descartáveis no mundo, algo como 10 bilhões de unidades por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Uma fralda desse tipo demora aproximadamente 500 anos para se decompor.

Na União Europeia, segundo a designer suíça, são utilizadas 17 milhões dessas fraldas todos os dias. Além de fazer bem ao meio ambiente, a principal preocupação da designer ao criar a fralda, seu invento a criação de Luisa tem também uma série de vantagens sobre as fraldas de pano tradicionais. Por conta desses benefícios, a Sumô já ganhou uma série de prêmios, inclusive o prestigiado James Dyson Awards de 2019, que reconhece o melhor em design e engenharia para estudantes.

A suíça projetou a fralda utilizando o SeaCell em três camadas – uma camada interna macia e absorvente, um núcleo ainda mais absorvente e, em seguida, uma camada externa à prova d’água que evita o vazamento de líquidos.

A impermeabilização foi possível por conta de uma parceria com a empresa têxtil suíça Schoeller, cuja tecnologia EcoRepel impermeabiliza tecidos sem afetar sua função biodegradável. A fralda é também muito resistente a atritos e pode ser lavadas repetidas vezes nas máquinas.

De acordo com a designer, as fraldas feitas de SeaCell são ideais para as crianças. “A incrível suavidade do tecido e sua qualidade antibacteriana o tornam o material perfeito para o contato com a pele sensível do bebê”, disse Luisa para a revista britânica Dezeen.

A designer desenvolveu o Sumo como seu projeto de mestrado na Ecole Cantonale d’Art de Lausanne (ECAL), uma das melhores escolas de design do mundo. Sua criação disputa agora a etapa mundial do prêmio James Dyson Awards 2019 com outras 19 invenções. O vencedor fatura um prêmio em dinheiro de 35 mil libras, algo como R$ 175 mil.

O tecido SeaCell

O tecido chamado SeaCell é considerado um material inovador, sustentável e tendência entre os ambientalistas, além de descrito como quase medicinal por ter propriedades como proteger a pele e absorver instantaneamente nutrientes.

Composto por fios derivados de algas marinhas misturados com algodão e elastano, recebe também adição de prata para reforçar a ação anti-microbiana no têxtil que é leve, macio e flexível, perfeito para ser usado em roupas de ginástica, roupas íntimas e infantis, pois absorve suor mais rápido que o algodão por exemplo.

A alga utilizada é uma macroalga do norte do Oceano Atlântico chamada Ascophyllum nodosum, da família Fucaceae. O produto é considerado sustentável por cumprir as práticas ecológicas em todas suas fases de produção.

A fibra SeaCell™ é produzida completamente com matérias-primas renováveis (madeira e algas marinhas), num processo económico e ecológico. A produção ocorre num ciclo fechado, sem a libertação de produtos químicos como resíduos. A fibra é neutra em carbono e completamente biodegradável.

Com revista Dezeen


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