O Brasil encerra sua participação nas Olimpíadas de Tóquio com um resultado histórico: foi a melhor participação do país em jogos olímpicos. Os atletas brasileiros voltam para casa com 7 medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze, totalizando 21. Nos últimos jogos, disputados no Rio de Janeiro, em 216, foram conquistadas 19 medalhas.
Uma das explicações para o bom desempenho dos brasileiros na competição, além, claro, do empenho e esforço de cada um dos atletas, está na chegada de novas modalidades de esportes. Com isso, o Japão distribuiu 11% mais medalhas do que na Rio-2016.
No surfe, por exemplo, que estreou nos jogos olímpicos, a medalha de Ouro foi conquistada pelo potiguar Ítalo Ferreira, um craque deste esporte, tendo sido campeão mundial em 2019. No skate, outro estreante, os atletas brasileiros também fizeram bonito: Kelvin Hoefler e Rayssa Leal, na modalidade street, e Pedro Barros, no park, conquistaram medalha de prata.
Investimento
Explica também o bom desempenho dos atletas brasileiros o volume de investimentos que o país vem fazendo em várias modalidades. Nos jogos olímpicos de 216, sediados pelo Brasil, o valor investido foi recorde, porque o país, como anfitrião, queria fazer bonito.
E como aconteceu com outros países que sediaram a olimpíada, o maior evento esportivo do mundo, o Brasil continuou colhendo os frutos do ciclo olímpico nos jogos atuais.
Outro dado importante: o Brasil levou para o Japão 302 competidores, o maior do país em olimpíadas no exterior. Na Rio-2016, participaram 465 atletas, uma vez que muitas vagas foram conquistadas automaticamente pelo fato de o país sediar a competição.
Quem brilhou
Estar numa competição de alto nível como uma olimpíada já é uma vitória para todos os atletas que conseguem vagas, que são precedidas por disputas acirradas com atletas de todo o mundo. Portanto, nos jogos Olímpicos de Tóquio, estavam a nata da nata.
Mas entre os brasileiros vencedores que lá estavam, alguns se destacaram mais por terem conseguido a tão almejada medalha de ouro. E foram esses os atletas que brilharam com o ouro:
Ítalo Ferreira – De Baía Formosa, Rio Grande do Norte, Ítalo começou no surf usando uma tampa de uma caixa de isopor do pai, que vendia peixe. Tornou-se um gigante mundial do surfe, vencendo o campeonato em 2019. Na bateria final pelo disputa do ouro, sua prancha quebrou. Mas ele rapidamente buscou nova prancha e saiu da água com a cobiçada medalha de Ouro.
Rebeca Andrade – A doce e forte Rebeca Andrade emocionou o Brasil com suas performances na ginástica olímpica. Levou uma medalha de prata no individual geral e a de ouro no solo, encantando o mundo com seu desempenho e também pela escolha da música que a acompanhou: Baile de Favela, do MC João. Rebeca, que é de Guarulhos (SP), tornou-se a primeira brasileira a ganhar duas medalhas em uma mesma edição olímpica.
Martine Grael e Kahena Kunze – As meninas da vela se mostraram gigantes em Tóquio. Em duas participações em jogos olímpicos, Rio e Japão, elas conquistaram dois ouros na classe 49er FX. Fizeram uma campanha tão exitosa que puderam se dar ao luxo de chegar, na última regata, em terceiro lugar e, mesmo assim, conquistar o ouro.
Medalha nas redes sociais
Isaquias Queiroz – Com braçadas vigorosas, o canoísta Isaquias Queiroz levou o ouro na prova dos 1.000 metros e é outro que entra para a história do esporte brasileiro. Nos Jogos do Rio-2016, ele conquistou três medalhas. Com a conquista de Tóquio, passa a ter o mesmo número de medalhas que o nadador Gustavo Borges (natação) e que o jogador de vôlei Serginho. Agora fica atrás apenas dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que ganharam cinco medalhas. Simbolicamente, ganhou medalha de ouro das redes sociais ao dedicar a conquista a todos os brasileiros que perderam alguém para a Covid-19.
Ana Marcela Cunha – Com apenas 19 aninhos, a guerreira Marcela Cunha é hoje um dos principais nomes da história da maratona aquática. Títulos a baiana ostenta aos montes, mas faltava uma medalha olímpica. Na prova dos 10 km, depois de quase duas horas de braçadas, chegou em primeiro lugar e garantiu o ouro.
Hebert Conceição – O jovem baiano de 23 anos também fez história em Tóquio. Levou a medalha de ouro no boxe ao nocautear o rival, o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, com um cruzado de esquerda, o terceiro e último round, que entrou para a história do boxe nacional.
Seleção masculina de futebol – Não foi um jogo fácil, o adversário era forte, teve pênalti desperdiçado, mas a seleção masculina de futebol conquistou o bicampeonato olímpico, trazendo a medalha de ouro para o Brasil. O tempo normal de 90 minutos não foi suficiente para assegurar a vitória e o jogo terminou empatado em 1 x 1. Mas na prorrogação, o ponta Malcom entrou na partida, fez o segundo gol do Brasil e garantiu o ouro, medalha que havia conquistado na Rio-2016.
Prata e bronze
Vejam os demais atletas brasileiros vitoriosos que conquistaram medalha de prata e bronze:
6 pratas
Vôlei feminino
Bia Ferreira – boxe
Kelvin Hoefler – skate street
Rayssa Leal – skate street
Pedro Barros – skate park
Rebeca Andrade – ginástica artística (individual geral)
8 bronzes
Mayra Aguiar – judô
Daniel Cargnin – judô
Thiago Braz – salto com vara
Alison dos Santos – 400 m com barreiras
Bruno Fratus – natação (50 m livre)
Fernando Scheffer – natação (200 m livre)
Laura Pigossi e Luisa Stefani – tênis
Abner Teixeira – boxe
