Enquanto não surge uma vacina que possa afastar de vez do mundo o fantasma do coronavírus, diversos países fazem uma verdadeira corrida para encontrar remédios que sejam capazes de tratar com mais eficiência a Covid-19, a doença provocada pelo novo vírus. Já existem pelo menos cinco alternativas, uma delas aqui do Brasil.
No Brasil, um estudo que vem sendo feito pelo hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, já conseguiu resultados bastante animadores. Trata-se do uso de um anticoagulante, o Heparina, trabalho coordenado pela pneumalogista Elnara Márcia Negri, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Dos 27 pacientes que receberam o tratamento experimental, 25 já estão recuperados e dois permanecem hospitalizados. O estudo foi publicado num dos principais periódicos de medicina do mundo, o BMJ – British Medical Jornal.
Na China, um estudo realizado pela Academia das Ciências do país descobriu dois medicamentos específicos para serem usados contra o novo coronavírus e que impedem que ele se multiplique dentro do corpo humano.
A pesquisa feita pelos chineses foi publicada na revista especializada “Science”, sob a coordenação do cientista Wenhao Dai, e conseguiu projetar as moléculas para bloquear a enzima protease, o “motor” que permite que o vírus consiga se multiplicar.
Além desses dois medicamentos chineses, foi descoberto um outro na Holanda, que atua contra a mesma enzima, e um na Alemanha, que age contra a proteína spike – o arpão com o qual o vírus agride a célula para invadi-la.
Os cinco medicamentos em estudo, porém, se tornam esperança para o tratamento da doença, para a qual não existe, por se tratar de um vírus pouco conhecido, remédio de eficácia comprovada.
Coalização Reframe
Desde 2018, para acelerar o processo de localização de remédios que podem ser usados contra doenças novas, foi criada a coalizão Reframe, a mais vasta busca por fármacos já em uso promovida pelo Instituto Scripps, na Califórnia (EUA), e com apoio financeiro da Fundação Bill & Melinda Gates.
Por conta disso, o combate à Covid-19, por exemplo, está usando drogas já conhecidas para outras doenças para acelerar o processo.
Entre os medicamentos testados em hospitais e pesquisas contra o novo coronavírus estão o remdesivir, nascido para combater o ebola, a cloroquina e a hidroxicloroquina, usados para combater a malária, artrite reumatoide e lúpus.
Estão sendo pesquisados também alguns antirretrovirais, como o lopinavir e o ritonavir, usado no combate ao HIV, o camostat, usado contra doenças de fígado e pâncreas, e o tocilizumabe, utilizado para combater as inflamações causadas pela crise imunitária provocada pelo HIV.