Brasileiros fazem bonito na Nasa com projetos sustentáveis

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Estudantes baianos da equipe Cafeína Team venceram a hackathon da Nasa com projeto para retirar microplásticos dos aceanos. Foto - Equipe Cafeína Team-Divulgação
Estudantes baianos da equipe Cafeína Team venceram a hackathon da Nasa com projeto para retirar microplásticos dos aceanos. Foto - Equipe Cafeína Team-Divulgação

Duas equipes de jovens estudantes brasileiros, uma da Bahia e outra de São Paulo, estão entre as seis selecionadas no hackathon global da Agência Espacial Americana (Nasa), evento anual que busca ideias inovadoras em todos os cantos do mundo. Os brasileiros desenvolveram soluções capazes de reduzir os impactos de microplásticos e óleo nos oceanos.

A equipe Cafeína Team, dos baianos, que levou o primeiro lugar na categoria “Melhor uso de hardware“, criou um equipamento para retirar microplásticos dos oceanos, um dos grandes problemas ambientais da atualidade, já que os mares recebem toneladas de plásticos todos os dias, colocando em risco a fauna e a flora marinhas.

Inovador, o equipamento dos baianos, batizado de Ocean Rideé baseado no princípio do gerador Van Der Graaff (máquina eletrostática inventada pelo engenheiro estado-unidense Robert Jemison van de Graaff em 1931). O sistema atrai microplásticos por meio de uma corrente eletrostática. “A água vai entrar no equipamento e vai sair, mas o microplástico vai ficar”, informa o universitário Pedro Dantas, um dos integrantes da equipe baiana.

Outro diferencial, segundo o estudante baiano, é que o Ocean Ride pode ser acoplado em qualquer embarcação, em plataformas de petróleo e em outros pontos fixos de oceanos e mares, em áreas estratégicas de correntes marinhas, onde é grande o fluxo de material plástico. A solução, asseguram os estudantes baianos, é criativa, simples e barata.

Uma projeção do Ocean Ride criado por estudantes da Bahia. Imagem-Divulgação
Uma projeção do Ocean Ride criado por estudantes da Bahia. Imagem-Divulgação


A equipe Cafeína Team tem cinco estudantes: Genilson Brito, Pedro Dantas e Antônio Rocha, alunos do curso de administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ramon de Almeida, aluno de engenharia química, e Thiago Barbosa, que cursa análise de desenvolvimento de sistemas, ambos da Universidade Católica de Salvador.

Veja o vídeo criado pelos baianos para explicar o funcionamento do Ocean Ride:

Óleo nos mares é preocupação dos paulistas

A equipe paulista, denominada Massa, se inspirou no desastre ambiental ocorrido no litoral brasileiro no ano passado, quando mais de 4.500 toneladas de óleo sujaram as praias de 11 estados, causando um grande prejuízo ambiental. Como desastres como esses são comuns, os paulistas escolheram esse viés para sustentar sua proposta.

A tecnologia proposta por eles é baseada em imagens de radar, inteligência artificial e algoritmos. A ideia é que manchas de óleo possam ser avistadas e contidas muito antes de chegarem às comunidades costeiras, evitando ou minimizando os prejuízos para o meio ambiente e para as comunidades costeiras.

A Massa é formada é formada pela UX Designer Joana Braz de Almeida Ritter, pelo programador Felipe Ribeiro Tanso, pelo desenvolvedor Ariel Betti e pelos cientistas de dados Ricardo Ramos e Eduardo Ritter.

Integrantes da equipe paulista Massa, que venceu o hackathon da Nasa/2019 na categoria Impacto Galáctico. foto - Equipe Massa-Divulgação
Integrantes da equipe paulista Massa, que venceu o hackathon da Nasa/2019 na categoria Impacto Galáctico. foto – Equipe Massa-Divulgação


Hackathon da Nasa

O hackathon da Nasa (uma espécie de maratona de de hackers para desenvolver projetos de software ou de hardware usando dados abertos) acontece desde 2012. Este que premiou os brasileiros é de 2019, embora o resultado só tenha sido divulgado recentemente.

A competição é aberta a pessoas do mundo inteiro que desejam inovar utilizando os dados abertos da Nasa. A edição 2019 envolveu projetos para solucionar problemas na terra e no espaço e contou com cerca de 29 mil participantes de 83 países. São disputadas seis categorias e os brasileiros venceram duas delas.

Os escolhidos não recebem uma premiação em dinheiro. O prêmio é apresentar os projetos diretamente no Nasa Kennedy Space Center, na Flórida, Estados Unidos, o que deve acontecer ainda no primeiro semestre deste ano. O grande desafio é convencer a agência espacial americana a desenvolver as invenções.

Com Estadão

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