Filha de servente de pedreiro vai estudar em Harvard

Você é de uma família muito humilde, com pai servente de pedreiro e mãe costureira. Para piorar um pouquinho, ainda está desempregado. Ainda assim, dá para sonhar em estudar em uma das melhores universidades do mundo? Dá, como prova a jovem Thauany Araújo Galvão, 22 anos, que acaba de ser aceita na prestigiada Universidade de Harvard (EUA).

Thauany, que mora em Goiânia, terminou em dezembro passado a faculdade de farmácia numa instituição de ensino superior particular. Com o desempenho que teve na prova do Enem, ela conseguiu duas bolsas. Uma do Prouni e a outra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), ligada ao governo estadual.

“Como não consegui emprego, decidi fazer cursos em inglês para me aprimorar. Pesquisei na internet e apareceu esse de Harvard. Enviei meus documentos, incluindo uma carta de recomendação que minha chefe escreveu. Na semana passada, recebi o email e na hora quase caí para trás”, conta, eufórica, a jovem Thauany.

A farmacêutica vai fazer uma pós-graduação em Harvard em Pesquisa Clínica. Seu maior desejo é trabalhar no desenvolvimento de medicamentos que possam ajudar na cura de algumas doenças, como o câncer. E além de ter recebido o comunicado de que havia sido aceita na universidade norte-americana, ganhou uma bolsa de 25% no valor do curso.

Vaquinha virtual

Apesar da bolsa, a jovem ainda teria que conseguir aproximadamente 4.500 dólares para bancar o restante do curso (o equivalente a R$ 25 mil) e sobreviver em Boston, onde fica Harvard. Os pais, o servente de pedreiro Florir Lopes Galvão, 58 anos, e a costureira Egla Galvão, 53 anos, não tinham a menor condição de ajudar.

Mas Thauany não desistiu. Decidiu fazer uma vaquinha virtual, com a meta de arrecadar R$ 30 mil. Até agora, já arrecadou quase R$ 59 mil, quase o dobro da meta estabelecida. A matrícula já foi feita e em agosto ela inicia os estudos, num primeiro momento online.

A jovem conta que os pais sempre valorizaram muito a sua educação. Em 2015, por exemplo, decidiram deixar a pequena cidade de Estrela do Norte, com pouco mais de 5 mil habitantes. Se mudaram Goiânia, a capital, para lhe oferecer melhores oportunidades de estudos. Entretanto, segundo Thauany, sr. Florir e dona Egla não perceberam de imediato o feito da filha.

“Eles parabenizaram, mas não sabiam o que era Harvard. Os familiares começaram a ligar e foi quando minha mãe soube que a universidade era a mesma que aparecia nos filmes. Começou a gritar e chorar”, conta a jovem.

A história da Thauany Araújo Galvão é igual a de muitos jovens pelo Brasil afora. Ela sonhou grande, o que é permitido a todos. Mas não ficou de braços cruzados e decidiu correr atrás do seu sonho. Conseguiu.

Com informações do Portal UOL

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