Rã desaparecida há mais de 60 anos é encontrada no Rio

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A rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luederwaldt. depois de mais de 60 anos
A rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luederwaldt é encontrada. depois de mais de 60 anos. Foto - Paulo Garcia | ICB

Uma espécie de rã que foi vista pela última vez em 1957 acaba de ser encontrada por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG. A espécie Holoaden luederwaldti, conhecida popularmente como rãzinha-verrugosa-da-serra-de-Luederwaldt, foi achada no Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro.

Seu nome faz alusão à pele cheia de glândulas. A literatura científica coloca a rãzinha, que tem entre três e cinco centímetros de comprimento, na lista nacional de espécies ameaçadas de extinção. Ela foi descoberta em fevereiro pela equipe de herpetologia (a ciência que estuda os anfíbios e os répteis) do Departamento de Zoologia da UFMG.

A pesquisa faz parte do projeto Diversidade desaparecida – procura de espécies de anfíbios consideradas desaparecidas no Parque Nacional do Itatiaia. O trabalho é coordenado pelo professor Paulo Christiano de Anchietta Garcia e pela residente de pós-doutorado Bárbara Zaidan.

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A ‘Holoaden luederwaldti’, que pode chegar a 5cm de comprimento, se desenvolve de maneira direta, ou seja, não passa pelo estágio de girino. Foto – Paulo Garcia | ICB

“O achado é o resultado parcial de uma pesquisa mais ampla, que visa descobrir o maior número possível de espécies que sumiram do Parque há mais de 30 anos”, explica o professor Garcia.

De acordo com o professor, o objetivo do projeto é organizar o conhecimento sobre as espécies do Parque do Itatiaia. Assim, o resultado poderá orientar os processos de tomada de decisão e as políticas públicas direcionadas ao manejo e à conservação da biodiversidade.

Conhecer melhor fauna e flora

“Precisamos de mais informações sobre nossa fauna e flora, para que seja possível manejar os recursos naturais com mais consciência”, acrescenta o pesquisador Garcia.

Embora tenha sido descoberta no Parque do Itatiaia, a rã habita também o Parque Estadual de Campos do Jordão. As duas localidades são caracterizadas pelo ecossistema de floresta úmida da Serra da Mantiqueira, com altitudes que variam de 1.500 a 2.100 metros.

Essa espécie de rá, curiosamente, tem desenvolvimento direto – não passa pelo estágio larval, ou seja, de girino. Além dela, os pesquisadores de outras instituições haviam encontrado, no mesmo parque, a rã Hylodes regius, também endêmica e considerada desaparecida há décadas.

“Isso mostra o impacto e a importância da preservação da área do Parque de Itatiaia para a conservação da fauna”, acrescenta a pesquisadora Bárbara Zaidan. Essas espécies raras foram encontradas num espaço muito curto de tempo, uma vez que as pesquisas começaram somente em novembro do ano passado.

O projeto Diversidade desparecida é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela organização The Mahamed bin Zayed Species Conservation Fund, dos Emirados Árabes.

Com informações da Assessoria de Comunicação do ICB

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