Não há dúvida de que 2020 foi um ano difícil. Entre tantos tropeços e atropelos, o mundo teve que conviver com a pandemia do novo coronavírus, um inimigo invisível que virou o planeta de ponta cabeça e já deixou milhões de mortos. Mas, por outro lado, presenciamos um fato inédito na história da humanidade: a descoberta de várias vacinas contra a Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus, num prazo inferior a 12 meses.
Portanto, há esperança de que já neste ano de 2021 que se inicia, a grande maioria da população de todo o mundo seja vacinada. Assim, as pessoas poderão começar a voltar à normalidade, terão a chance de se abraçarem, de conviver mais de pertinho com a família e os amigos, enfim, de celebrar a vida.
E ninguém melhor pra falar de esperança do que o escritório gaúcho Mário Quintana, que é também conhecido como o poeta da esperança. E é com um poema do escritor que o Boas Novas deseja aos seus leitores um 2021 mais leve, de boas energias e muitas boas notícias.
Antes do poema, uma definição de Quintana sobre a esperança. “Esperança é o oposto de otimismo. Otimismo é quando, sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando, sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração. (…) A esperança se alimenta de pequenas coisas. Basta-lhe um morango à beira do abismo”.
ESPERANÇA
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança…
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
Mário Quintana
