Multinacionais se unem em iniciativa contra desmatamento

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Trecho da floresta Amazônica desmatado para dar lugar a plantações. Fotos - redes sociais
Trecho da floresta Amazônica desmatado para dar lugar a plantações. Fotos - redes sociais

Um grupo de gigantes multinacionais decidiu se unir numa iniciativa global contra o desmatamento de florestas ao redor do mundo, que vem provocando danos irreparáveis ao meio ambiente e tornando a vida no planeta Terra cada vez mais difícil. A iniciativa foi batizada de Forest Positive Coalition of Action (Coalizão de Ação Positiva da Floresta, em tradução livre).

Por enquanto, integram o grupo o Carrefour, Colgate-Palmolive, Danone, Essity, General Mills, Grupo Bimbo, Jerónimo Martins, Mars, Metro AG, Mondelēz, Nestlé, P&G, PepsiCo, Sainsbury’s, Tesco, Unilever e Walmart. E são gigantes porque, juntas, têm valor de mercado de US$ 1,8 trilhão (cerca de R$ 9,85 trilhões).

O que querem essas empresas? Acabar com o desmatamento e a degradação florestal, com o uso de queimadas, por exemplo, nas cadeias de produção de alimentos, como no caso do óleo de soja, de palmas, de embalagens de papel e papelão.

O Brasil é hoje o maior produtor de soja do mundo, devendo fechar o ano com produção recorde de 121 milhões de toneladas do grão e é o segundo do mundo na produção de celulose. Essas culturas são trabalhadas em grandes extensões de terra e, não raro, para ampliar a produção, florestas são desmatadas ou queimadas.

Proteção das florestas

Área da floresta Amazônica sendo queimada para pastagens
Área da floresta Amazônica sendo queimada para pastagens

“Acreditamos que a proteção das florestas é um fator de estímulo ao crescimento econômico, não um sacrifício ao crescimento”, afirmou em comunicado Grant Reid, presidente da Mars, dona de marcas como M&M’s, Snickers, Twix e Uncle Ben’s.

A iniciativa das multinacionais foi lançada nesta semana durante a Cúpula do Impacto do Desenvolvimento Sustentável do Fórum Econômico Mundial, realizado online. O trabalho para acabar com os desmatamentos e as queimadas será coordenado com produtores, fornecedores, governos locais e a sociedade civil.

A decisão das gigantes mundiais é resultado, entretanto, da pressão de consumidores de todo o mundo, especialmente na Europa e Estados Unidos, que estão se recusando a comprar de países que produzem às custas de grandes prejuízos ao meio ambiente.

Prejuízos

Trecho do Pantanal, um dos biomas mais ricos do mundo, sendo consumido pelo fogo
Trecho do Pantanal, um dos biomas mais ricos do mundo, sendo consumido pelo fogo

O Brasil, que tem sofrido ao longo deste ano com a perda de grandes áreas de florestas e queimadas, especialmente na Amazônia e no Pantanal, já começa a ter prejuízos por conta da degradação ambiental. A Tesco, maior rede de supermercados do Reino Unidos, anunciou recentemente que não compra mais carne do Brasil.

O motivo? Dave Lewis, o principal executivo da Tesco, explica: “Fazer queimadas para limpar a terra para plantio ou pastagem está destruindo habitats preciosos como a floresta tropical brasileira. É por isso que não compramos carne do Brasil”.

Ou seja, desmatar e queimar de forma descontrolada, não raro criminosa, é um péssimo negócio.

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