Equipamento promete extirpar coronavírus da sua casa

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Os pesquisadores Alexandre Leão, Gregory Kitten e Thalita Arantes com o protótipo do equipamento para eliminar do ar o coronavírus. Foto - Alexandre Leão-arquivo pessoal
Os pesquisadores Alexandre Leão, Gregory Kitten e Thalita Arantes com o protótipo do equipamento para eliminar do ar o coronavírus. Foto - Alexandre Leão-arquivo pessoal

É possível ter em casa um equipamento para extirpar o coronavírus, que seja montado pelo próprio morador e a um custo bem acessível? Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) não só dizem que sim, como já estão desenvolvendo um protótipo para a desinfecção do ar em ambientes de residências e quartos de hospital.

O equipamento criado na UFMG tem estrutura tubular, com cerca de 90 centímetros de comprimento, que capta ar em volta por uma extremidade. Esse ar passa por dentro do aparelho, onde está localizada a lâmpada UV-C, e sai na extremidade superior. Quando recebe a luz ultravioleta, o vírus é inativado, tornando-se  incapaz de contaminar, explicam os pesquisadores.

Caso seja feita uma coleta do ar, o exame vai detectar a presença do genoma viral, o que indica que o vírus ainda está no ambiente. Mas, conforme os professores responsáveis pela pesquisa, esse vírus não terá mais potencial para transmitir a doença, que é a Covid-19.

O protótipo é feito de MDF cru – material derivado da madeira de média densidade –, com papel alumínio de cozinha e um ventilador normalmente utilizado para computadores, todos materiais baratos e de fácil acesso. A peça mais cara é uma lâmpada UV-C.

“Desenvolver um equipamento eficiente e de baixo custo, adequado não só para hospitais, era o nosso objetivo. Pretendemos chegar às residências, especialmente das pessoas do grupo de risco”, conta o professor
Alexandre Leão
, do Departamento de Fotografia e Cinema da Escola de Belas Artes (EBA), um dos responsáveis pelo trabalho.

A capacidade de filtragem do protótipo criado na UFMG é de 55 metros cúbicos de ar por hora, o que é considerado suficiente para um quarto residencial de tamanho médio. Ele poderá ficar ligado por 24 horas e, por essa razão, houve a preocupação dos pesquisadores em garantir que o ventilador usado fosse de baixo ruído, evitando incômodos no uso cotidiano.

Em outros países é possível encontrar aparelhos similares, mas com custo alto, em torno de R$ 1 mil. A versão que está sendo desenvolvida na UFMG, já em fase de teste, terá custo inferior a R$ 400. Isso porque a proposta da universidade é abrir o acesso à configuração do produto, o que vai permitir que as pessoas comprem as peças e montem o equipamento em casa.

Além de Alexandre Leão, participam da equipe profissionais de várias áreas: Jônatas Abrahão (virologia), Gregory Kitten (biomateriais), Rudolf Huebner (engenharia mecânica), Thalita Arantes (biomedicina), Wagner Rodrigues (Física) e Willi de Barros (conservação preventiva/EBA). Participam também Euler Santos, especialista em negócios da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), Estêvão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, e Luciana Mafra, médica do Hospital Júlia Kubitschek.

Com Assessoria de Comunicação da UFMG

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