A ciência vem conseguindo avanços extraordinários contra alguns males que afligem milhões de pessoas mundo afora. Veja o caso da Covid-19. Em pouco menos de 12 meses, algo inédito na história da humanidade, foram desenvolvidas várias vacinas contra a doença. E temos agora novidades no tratamento de duas doenças degenerativas: Alzheimer e Parkinson.
Cientistas russos sintetizaram compostos químicos que podem impedir a degeneração dos neurônios no Alzheimer, Parkinson e outras patologias cerebrais graves. Muito recentemente, o Boas Novas noticiou que os Estados Unidos aprovaram um novo medicamento para o tratamento do Alzheimer.
Novas moléculas das classes pirrolil- e indolilazina ativam mecanismos intracelulares para combater uma das principais causas das doenças cerebrais “envelhecidas” – um excesso das chamadas estruturas amilóides que se acumulam no cérebro humano com a idade.
Especialistas de vários institutos, incluindo a Universidade Federal de Ural, participaram do estudo, que foi publicado recentemente no European Journal of Medicinal Chemistry .
“Nossos compostos ativam a síntese de proteínas específicas de choque térmico e causam seu acúmulo na célula”. É o que explica coautora da pesquisa, Irina Utepova, professora do Departamento de Química Orgânica e Biomolecular da universidade de Ural.
Proteção para as células
“Proteínas desse tipo tornam possível proteger o tecido neuronal de um excesso de amilóides tóxicos. E também proteger as células de vários tipos de estresse, incluindo estresse proteotóxico característico de doenças neurodegenerativas”, acrescentou Irina.
Segundo os especialistas, vantagens importantes dos compostos das séries das classes de pirrolil- e indolilazina são uma tecnologia de síntese lucrativa e baixa toxicidade. Os compostos obtidos foram testados em modelos celulares da doença de Alzheimer e lesões secundárias após lesão cerebral traumática.
Em ambos os casos, as novas substâncias demonstraram um efeito terapêutico significativo, aumentando a sobrevivência das células neuronais. O composto mais eficaz foi testado em tecidos vivos de ratos com lesões secundárias após lesão cerebral traumática.
De acordo com os cientistas, o uso da pirrolilazina na terapia de reabilitação permitiu aos animais evitar o aparecimento de distúrbios de movimento, comum em pacientes com Parkinson, e degeneração dos neurônios do hipocampo.
A equipe de pesquisa se prepara agora para os testes pré-clínicos. Participam da pesquisa especialistas do Instituto de Citologia da Academia Russa de Ciências; do Instituto de Síntese Orgânica da Seção Ural da Academia Russa de Ciências e da Universidade Federal dos Urais.
Os testes pré-clínicos são realizados em animais, dentro de um laboratório, ou mesmo num recipiente de vidro. Servem para identificar a segurança e os efeitos tóxicos do medicamento que está sendo testado. Posteriormente, passa-se para a fase de estudos clínicos, que é feita em seres humanos.
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Com informações do GNN e European Journal of Medicinal Chemistry