Um novo exame de sangue desenvolvido por pesquisadores da universidade inglesa de Nottingham Trent é capaz de identificar o câncer de próstata com 99% de precisão. Mais que isso, o teste também determina o estágio e a progressão da doença, reduzindo a necessidade de biópsias ou de outros exames mais invasivos.
“Nossa abordagem não apenas identifica a presença da doença, mas também o seu significado clínico, com maior precisão do que as abordagens atuais”, explicou o professor Graham Pockley, diretor do Centro de Pesquisa em Câncer John van Geest da Universidade de Nottingham Trent
“Isso evitará que os homens tenham procedimentos invasivos desnecessários e ajudará os médicos a decidir qual a melhor conduta para cada paciente”, acrescentou o professor.
A equipe de cientistas descobriu que o câncer de próstata pode ser identificado por alterações no sistema imunológico do sangue, especificamente os glóbulos brancos responsáveis por proteger o corpo contra infecções e doenças.
Com base em trabalhos anteriores, os cientistas da universidade desenvolveram um simples exame de sangue e ferramentas computacionais que, combinadas, podem confirmar a presença ou ausência ou câncer de próstata e também o estágio da doença – se baixo, intermediário ou de alto risco.
Os modelos computacionais,usando a inteligência artificial, são capazes de aprender com os dados anteriores do paciente para fazer previsões precisas de informações novas e inéditas. O trabalho, que também envolveu a Universidade de Loughborough, foi publicado na revista eLife .
Hoje, o melhor teste de diagnóstico para câncer de próstata mede o nível sanguíneo de uma proteína chamada antígeno específico da próstata (PSA, abreviado). Quantidades elevadas de PSA podem significar que o paciente tem câncer, mas 15% dos indivíduos com câncer de próstata têm níveis normais de proteína e muitas pessoas saudáveis podem ter altas quantidades de PSA.
Incidência grande no Brasil
Portanto, este exame de sangue não é amplamente aceito como uma ferramenta de diagnóstico confiável. Dependendo do nível do PSA, biópsias de tecido podem ser realizadas para confirmar o câncer – mas como as células malignas não estão presentes em toda a próstata e é difícil de alcançar, os resultados geralmente são incorretos e a doença pode não ser detectado.
O novo teste seria usado após um exame de PSA, beneficiando homens que não apresentavam sintomas, mas com um nível de PSA ligeiramente elevado e permitindo que os médicos implementassem estratégias apropriadas para cada paciente.
O câncer de próstata, de acordo com dados de entidades do setor de saúde, é o quarto tipo mais comum no mundo entre homens. No Brasil, assim como nos Estados Unidos, é a segunda forma mais comum da doença entre pacientes do sexo masculino. Já no Reino Unido, onde o novo exame de sangue para detectar câncer de próstata, é a forma mais comum da doença.
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Com GNN e revista eLife