Brasileiros conseguem detectar coronavirus em 3 horas

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Diagnóstico do Coronavirus pode ser feito em 3 horas na Universidade Federal da Bahia - Foto - Pixabay
Diagnóstico do Coronavirus pode ser feito em 3 horas na Universidade Federal da Bahia - Foto - Pixabay

O mundo está em alerta por conta do coronavirus, família de virus que causam infecções respiratórias, que já matou mais de 900 pessoas na China desde dezembro, quando foi descoberto. Hoje, o diagnóstico da doença, que não chegou no Brasil, é feito em 48 horas, em média. Mas uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) descobriu uma maneira mais rápida e eficaz de diagnosticar o coronavírus, que pode ser feita em três horas.

“Estamos felizes com o resultado, torna tudo mais rápido”, disse o virologista Gúbio Soares, coordenador do grupo de pesquisa que vem usando, para realizar o diagnóstico, um equipamento chamado Real Time.

Esse equipamento foi importado dos Estados Unidos em dezembro do ano passado pelo Laboratório de Virologia da UFBA, a um custo de R$ 150 mil. Ele é capaz de verificar se o material genético (RNA) da secreção respiratória contém o gene do coronavírus.

Como até o momento não houve casos desse tipo de infecção no Brasil, Gúbio afirma que o material que compõe o código genético do coronavírus (nucleotídeos) foi preparado para reconhecer as suas regiões genéticas. Se o resultado do exame der positivo, é possível visualizar pelo Real Time um gráfico ondulado nas amostras.

 Gerd Altmann - Pixabay
Gerd Altmann – Pixabay

Diagnóstico rápido

O professor Gúbio Soares explica que o diagnóstico é feito em três etapas: de início, as secreções respiratórias são retiradas de um paciente suspeito e resfriadas a 4°C. Em seguida, os pesquisadores extraem o material genético da secreção e adicionam, sobre ele, os nucleotídeos que identificam a presença ou não do coronavírus. Três horas depois, o teste fica pronto.

Há quase cinco anos, o mesmo equipamento, sob o comando das pesquisadoras brasileiras Silvia Sardi e Rejane Hughes, foi pioneiro na descoberta do zika vírus, cujo primeiro diagnóstico comprovado foi divulgado pelo laboratório em 28 de abril de 2015.

As pesquisadoras utilizam trabalhos científicos elaborados na China para orientar as análises. O diferencial aqui é que elas decidiram usar o equipamento apenas para verificar o material genético do coronavírus, ganhando tempo no diagnóstico.

“Nosso objetivo é processar diretamente coronavírus, com maior rapidez. Não vamos perder tempo com outros vírus”, explicou o virologista Soares.

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