Sons salvam onça-pintada de caça ilegal

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Onça-pintada do Iguaçu - Imagem - redes sociais
Onça-pintada do Iguaçu - Imagem - redes sociais

Localizado na Floresta Atlântica do Alto Paraná, o cenário das cataratas do Iguaçu é um testemunho da diversidade natural. No lado brasileiro, o Parque Nacional do Iguaçu se destaca, enquanto, do lado oposto, encontra-se o Parque Nacional Iguazú, na Argentina. Esta região é o lar de mais de 2 mil espécies de plantas e uma vasta gama de animais, incluindo a icônica onça-pintada.

Para os mais de um milhão de visitantes anuais, as cataratas podem parecer apenas uma pequena fração de uma área que uma vez foi vasta e diversa em termos de biodiversidade. No entanto, para especialistas como a bióloga Yara de Melo Barros, os parques nacionais que cercam as cataratas representam “ilhas de vida” em meio ao desmatamento que assola a região.

Barros lidera o projeto de conservação das onças-pintadas, denominado Onças do Iguaçu. Ela explica que, em uma área de 140 mil quilômetros quadrados da Mata Atlântica, apenas 300 onças-pintadas podem ser encontradas. Dessas, até um terço vive em um estreito corredor de 2,4 mil km² protegido pelos parques nacionais do Brasil e da Argentina, na região das cataratas do Iguaçu.

A situação da onça-pintada é preocupante em todo o seu habitat, que se estende desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. O desmatamento e a expansão das atividades agrícolas têm reduzido a quantidade de presas disponíveis e aumentado o acesso de caçadores ilegais a áreas remotas.

Para enfrentar essa ameaça crescente, os pesquisadores e funcionários dos parques nas cataratas do Iguaçu estão adotando novas tecnologias de mapeamento para prever os movimentos dos caçadores ilegais. Uma dessas tecnologias é o Sistema de Informações Geográficas, que permite a análise espacial dos dados coletados pelos guarda-parques.

O uso de aplicativos como o Smart tem sido fundamental para melhorar a eficiência das patrulhas, permitindo que os guarda-parques registrem dados de forma mais precisa e padronizada. Além disso, a geolocalização de árvores frutíferas usadas como iscas pelos caçadores também ajuda a planejar as patrulhas de forma mais eficaz.

Monitoramento acústico

Outra ferramenta promissora é o monitoramento acústico, que registra os sons de tiros disparados pelos caçadores. Pesquisadores instalaram gravadores de áudio em áreas estratégicas, permitindo a identificação de locais de caça ilegal com base nos sons registrados. Esses dados são então utilizados para elaborar mapas de previsão da atividade de caça.

A combinação de tecnologias como drones e sensores acústicos pode aumentar ainda mais a eficácia das patrulhas, concentrando os esforços dos guarda-parques nas áreas mais vulneráveis. No entanto, é fundamental não apenas adotar novas tecnologias, mas também envolver as comunidades locais no esforço de conservação.

Para Yara Barros, a proteção da onça-pintada depende não apenas de patrulhas eficientes, mas também de medidas para melhorar a situação socioeconômica das comunidades locais. Além disso, é crucial combater o desmatamento e promover práticas de produção sustentáveis para garantir a sobrevivência desses magníficos felinos e de seu habitat natural.

Com informações da BBC News

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