Há vida depois do fim da festa

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Imagem - Pixabay
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Ontem à noite, zapeando por essa imensidão cibernética, a Cris Pàz (ex-Guerra), uma das minhas referências pra quase tudo, me pegou de jeito. Mais uma vez. A Cris, além de ser uma querida, é publicitária, escritora e produtora de conteúdo digital. Quem navega pelas suas plataformas digitais encontra uma gama de temas interessantes. Um deles é o etarismo. E olha que disso eu entendo, viu?

Aliás e a propósito, só conhece o etarismo quem já passou dos quarenta. Haja intolerância. E no mercado de trabalho, então? Só Jesus na causa. Em ambiente coorporativo esse tipo de preconceito é mato. E não é só lá. Ou você vai me dizer que nunca ouviu a frase “você não tem mais idade para isso”? Mas quem foi que disse que eu não posso ser uma “titia army”? Aonde tá escrito que eu não posso gostar do BTS? Ah, faça-me o favor. Quer outro exemplo?

  • Uai, Gisele! Você curte o Nirvana?

Não só curto como adoro misturar camiseta de banda com saia lápis. Questão de estilo. A combinação do moderno com o clássico faz parte do meu dress code diário. Inspiração? Referências? Muitas, entre elas, a Cris, é claro. Tem também a Pati Pontalti e outras mulheres igualmente incríveis.

Mas voltando ao fio da meada, no post de ontem a Cris conversou com a gente sobre o despertar do envelhecimento. Esse momento é ruim? Nem tanto. Tomar consciência de que estamos envelhecendo pode ser algo precioso, disse ela. E eu concordo. Para traduzir essa migração do outono para o inverno da vida a Cris usou uma metáfora igualmente preciosa. Comparou a entrada da nova idade com aquele momento na adolescência, de quando a gente estava numa festa e a mãe ou o pai ligava para dizer que estava indo nos buscar. Essa metáfora, e eu mais uma vez concordo com a Cris, nos mostra que existe o momento em que a ficha cai. E é bom que esse momento exista.
Se tenho mais algum tempo, é preciso aproveitar.

  • Quando a gente tem a consciência do envelhecimento a gente passa a olhar a vida e o tempo que ainda temos pela frente como algo precioso. A festa passa a ser vista de um jeito diferente.

E sabe o que a Cris nos recomenda? Que todo dia a gente acorde e aproveite cada minuto da festa porque tá na hora da nossa mãe vir nos buscar. Mas que esse momento seja vivido com otimismo. É pra que a gente volte da festa com muitas coisas lindas pra contar. Que tal conquistar novos amigos? Fazer as pazes com alguém? Ou quem sabe tomar mais um drink? Ah! Mas não exagere. No terceiro você pode pegar um porre e deixar de aproveitar esse momento tão especial.

Coisa linda, essa Cris, né mesmo? Sou suspeita. Eu adoro essa moça.

Ah! Sei que aí do outro lado tem gente incomodada com o tanto de estrangeirismo que usei para contar desse meu encontro com a sabedoria da Cris. Tá bom! Eu entendo você. Só gostaria de lembrar que não se trata de algo novo, de modismo e coisa e tal. Já tivemos o momento afrancesado. Quer ver? “No meu quarto tem um abajour lilás”. “Você gostou desse purê de batata?”

Não se aborreça com isso. Em tempos de inteligência artificial (olha o ChatGPT ai, gente!) é preciso atualizar a linguagem. Que tal trocar cafona por cringe? Estilo por mindset? Fã clube do BTS por Army? Precisando de uma ajudazinha? Saindo do forno um pequeno dicionário para sobrevivência para você navegar por mares cibernéticos:

Mindset: características da mente humana que determinam os nossos pensamentos, comportamentos e atitudes
Cringe: pessoa vista pela Geração Z como ultrapassada, cafona, brega.
Crush: pessoa pela qual alimento um sentimento romântico, por quem tenho uma quedinha, o Kim Seon Ho, por exemplo.
Dress code – expressão utilizada para indicar a padronização visual na forma de vestir e pode ser aplicada nas mais diferentes situações.
Army: Army são pessoas que fazem parte do fã club do grupo de k-pop BTS, por isso a tradução é exército, no caso, de fãs.
BTS: é um grupo masculino de K-pop formado pelo RM, Jin, SUGA, J-Hope, Jimin, V e Jungkook, sete sul-coreanos fofos demais.

Obrigada! De nada.

5 COMMENTS

  1. Muito útil seu glossário digital. Vc sabe que sou um militante ativo contra o etarismo. Na teoria, na prática e no comportamento pessoal. Mas neste último plano tenho perdido algumas batalhas. Ao tentar me meter com atitudes jovens meu corpo, aos 62, se apresenta como a seleção da Croácia: Artrit, Tendinit, Bursit, SInusit…. Beijo

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