O que me faz sorrir de verdade

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Imagem de Gino Crescoli por Pixabay
Imagem de Gino Crescoli por Pixabay

Meu senso de humor é questionável. Às vezes penso que levo muito a sério o provérbio que a minha Mãe vivia repetindo:

  • Meninas, muito riso é sinal de pouco siso
    Em outras palavras, quem ri muito tem pouco juízo. Será que de tanto ouvir esse conselho materno fiquei ajuizada demais e rindo de menos? Você não acredita? Então experimente me contar uma piada. Primeiro, não vou rir. Constrangedor demais. Segundo, não vou entender. Você vai ter que me explicar. Bernardo vive fazendo isso.
  • Tia Gisele, não é possível! Não acredito que você não entendeu.
    Ai quando vem a explicação a pretensa graça já se foi e nessa hora cada um já foi cuidar da sua vida me deixando sozinha e com cara de tacho. Ops! Alguém ainda usa essa expressão?
    Pergunta que não quer calar:
  • Mas, Gisele, você não gosta de nenhum tipo de piada?
    Sabe aquela do “o que é aquele pontinho verde na Antártica? Quanto mais sem graça, mais graça acho. Ponto pra mim que ainda consigo rir de alguma coisa. Graças a Deus, nem tudo está perdido.
    Por falar nisso, ainda há pouco, terminado o almoço, esperando que a chuva diminuísse, decidimos tomar um café. Para passar o tempo ficamos conversando sobe tudo e sobre nada.
  • Alguém sabe qual é masculino de sereia?
    Ninguém sabia. Adivinhe? Mais uma vez o Senhor Google nos salvou. Comentei que aquele seria um bom tema para mesa de bar, para quando todos os assuntos se esgotam. Esse é o momento que mais temo porque há sempre alguém que pergunta:
  • Você conhece aquela do …. e tal e coisa? Lá vem piada. Junto vem muito constrangimento. Meu, é claro, porque certamente eu não vou rir.
    Para evitar, melhor atropelar o “engraçado” da turma com temas aleatórios. Hoje, por exemplo, um dos queridos colegas da “firma” sugeriu perguntas (também aleatórias, obviamente), como, por exemplo:
  • Qual seria o seu “date” preferido?
    O meu foi eleito o mais bem estruturado. Sugeri um ambiente tranquilo, lugar perfeito para um bom papo, regado a um vinho de ótima safra e um jazz ou blues porque a gente é dessas.
    A colega ao lado optou por um bom boteco. Já o autor da pergunta nos deixou no vácuo.
    Depois do “date” preferido, vieram outras perguntas não menos aleatórias, tipo, se você fosse um ser mitológico quem seria? Se você fosse um personagem histórico qual seria? E um animal? Onde moraria se não fosse no Brasil? As respostas foram as mais diversas possíveis. O “quizz” se prolongou. Depois que a chuva diminuiu retornamos à “firma” sãos e salvos. Sem piadas pelo caminho, é claro. Uff!
    Ah, esqueci de compartilhar com você, mas o masculino de sereia é tritão, um ser mitológico que possui cauda de peixe e membros superiores de humanos. Esqueci também de contar o que é o pontinho verde na Antártica? Um pingreen, off course. Rindo muito aqui.
    E ainda sobre como abrir um sorriso meu de siso a siso. Fácil. É só me servir um bom espumante. Tem gosto de festa, de encontro. E de risadas, é claro.
    Ah, e para encerrar, antes que você pense que sou mal-humorada, acredite, não sou não. Muitas coisas me fazem dar risada. Experimente abrir um espumante perto de mim. Que tal me presentear com um livro que desejo há tempos? Sorrio quando assisto a um dorama ou a um filme que mexe com minhas fantasias mais românticas. Ou quando leio um poema que deixa a minha alma em transe. Como esse do querido Manoel de Barros. Fica aqui como presente para você que, pacientemente, acompanhou esse meu texto aleatório até aqui.
    “Tão bom viver dia a dia…
    A vida assim jamais cansa…

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…

E só ganhar toda a vida,
Inexperiência… esperança…

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.”

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