Deus move-se em cada animal

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Imagem - Pixabay
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A “casa das sete mulheres” ganhou mais uma representante. É a Meg, uma linda donzela de quatro patas. Desde que veio morar conosco, ela e o Curisco passam o dia fazendo companhia ao Papai. E besta de quem se aproximar. É rosnado na certa. Dentes à mostra também. Por aqui, não há quem não conheça os dois.

Essa proximidade e cuidado dos animais com o Papai me remete a um poema tibetano que diz bem assim:

“Deus dorme em cada pedra, desperta em cada planta; move-se em cada animal, pensa em cada homem e ama em cada anjo.

Daí concluímos que devemos tratar cada planta como um animal querido. Cada animal querido como um ser humano, e todo ser humano como Deus, pois nele vive a centelha divina.”

Vai ver que é por causa desse “link” com o Divino que aqui em casa a gente costuma passar da medida. Ou não.

Exageros à parte, por aqui não faltam exemplos para comprovar essa tese. Um deles é o episódio do sumiço do Curisco.

O “rapazinho” só vivia da varanda pro quintal. De uma hora pra outra simplesmente escafedeu-se.  Procura daqui, procura dali e nada.

  • Será que roubaram o Curisco? Bobinho do jeito que é, vai ver foi atropelado? Deus que nos livre e guarde disso ai.
  • Ai, meu Deus! Pode estar perdido. Ele pouco sai de casa.

-E se morreu afogado. O córrego está cheio, desesperou-se a Denise.

-Reza pra São Francisco, sugeriu a Gyslaine pelo whatsapp.

De Beagá, Gilda, Jacq e Beto também sugeriam  mil coisas.

  • Procura na casa do João Guilherme. Ele pode ter ido pra lá.

Só que já tínhamos ido. Primeiro lugar que procuramos. E nada dele.

  • Anuncie no Facebook e no instagram, propôs a tecnológica da Gilda.

Pânico total. Ricardo já tinha percorrido boa parte da cidade procurando por ele e nada dele aparecer.

  • Curisco!!! Curisco, cadê você?
  • Cucu, Cucu!!!

(Parêntese para lembrar que Cucu é o apelido do Curisco. Aliás, um apelido que o Ricardo odeia. “Como é que um cachorro pode ser chamado de Cucu? Vocês são ridículas!)

Voltando à história do sumiço, quase madrugada, depois de muita procura, de contatos sem fim pelo cel e pelo Whatsapp, Facebook e afins, pra nossa alegria, Curisco reapareceu.

Completamente molhado, lá estava ele, todo lépido e fagueiro, tentando pular o muro pra voltar pra casa. Feliz da vida como se nada tivesse acontecido.

Alívio, preces (obrigada, São Francisco!) e algumas certezas. Num é que o danadinho tinha fugido pra namorar? Quem era a donzela? Não temos a menor ideia. Certeza mesmo é que ela era mesmo uma cadela de sorte e com muito bom gosto. Afinal, “ficou” com o mais lindo dos cães da cidade”. Certamente, o mais amado também. Há controvérsias. Sei que a Jacq e o Beto vão dizer que não etc e tal, que ninguém supera o Nick nesse quesito, mas …

4 COMMENTS

  1. Sei do que vc está falando. E conheço o Courisco. A Meg, ainda não tive oportunidade. Quero conhecê-la. Falo a língua dos cães. E tenho grande afinidade com eles. Aqui em casa, adoramos cachorros. Tínhamos o saudoso Camões, que adotamos numa feira de cães abandonados. Além de bonito, era carinhoso, trocava muitos papos comigo, amava a Lulu e cuidava como um leão da Sofia e da Bela. Mas morreu depois de viver 16 anos conosco. Fora o tempo que viveu como cão abandonado. Mas aqui foi príncipe, com direito a ração de primeira, caminha pra dormir, coleira com seu nome, veterinário pra cuidar dele, banhos caprichados com a Lulu e assistência de um pet shopp. Todo todo aqui. Quando viajávamos o zelador do condomínio, Lindomar, nosso amigo, carinhoso com ele, cuidava pra nós dando água limpa e fresca e ração todos os dias. Quando voltávamos era um chororô de dar dó. Sentia muitas saudades. Quando morreu, já velhinho, foi embrulhado na sua própria toalha cheirosa e limpa e enterrado com todas as honras numa cova feita com cuidado por mim e pelo Lindomar no nosso quintal no meio de flores e fruteiras. Em cima, tem uma lápide feita com pedras de Pirenópolis e a plaquinha que usava com seu nome que eu colei sobre uma das pedras. Fizemos um luto de pouco mais de três meses para depois adotarmos outro cachorro, também numa feira de cães sem dono. Tinha pouco mais de um mês de vida, um bebê cão e o levamos pra casa. Sofia o batizou de Napoleão, Isabela de Otávio. Pra não ter briga, seu nome virou Napoleão Otávio. Calmo, carinhoso, muitos esperto, olhos límpidos e atentos, um belo cão sem rabo. Sim, nasceu sem rabo, bem peludo, amarronzado e com a boca preta. Um cão muito garboso, bonito. Adoro ele, conversamos com ele, e ele atende se deitando de barriga pra cima com as patinhas se oferecendo pra ganhar carinho. Faz parte da família. É uma troca constante de amabilidades. Cães e seres humanos às vezes se entendem melhor do que.humanos com humanos. Vai entender, né mesmo? Beijos, Gisele.

    • Incrível como amam sem reserva, né? Como resposta a tanto amor so mais amor, água limpa, comida de qualidade e espaço pra brincarem. Beijos.🥰

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