Será que coreano é pra casar?

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Mandu, uma iguaria da culinária coreana. Foto - redes sociais
Mandu, uma iguaria da culinária coreana. Foto - redes sociais

Mandu e kimchi são palavras familiares a você? Posso quase apostar que não. Até recentemente eu nem sabia da existência delas. Hoje, incorporei essas e muitas outras delicinhas ao meu vocabulário e ao meu cardápio. Virei fã de carteirinha do bolinho cozido no vapor das hortaliças fermentadas que vão bem com tudo. Até com pão de queijo, acredita? Ah, também não abro mão de uma boa dose de soju, a “marvada” que é feita a base de arroz.

Ah, tá bom. Já sei que você tá ai matutando. De onde é que essa mineira raiz tirou esse cardápio exótico? Dos doramas, uai! Nas minhas maratonas madrugada adentro os personagens comem com tanto prazer que não dá outra. Boca aguada, desejo incontrolável de provar tudo aquilo. Pesquisa daqui, pesquisa dali, agora já sei de cor onde comprar e onde comer mandu, kimchi e outras delícias da culinária asiática.

Aliás, você sabia que existe churrasco coreano? Diferente do nosso, que é consumido em fatias grossas, temperadas com sal grosso, o “bulgogui” vem à mesa em uma grelha. A carne é cortada bem fininha. O tempero é um molho de soja saborizado com cebolinha e outras ervas aromáticas. Pra acompanhar, várias comidinhas servidas em tigelinhas fofas. Adoraria ter uma coleção delas.

Além da culinária, o dorama despertou outros desejos. O de viajar pela Ásia, por exemplo. Adoraria enveredar por aquela cultura. E quer saber o que mais? Eu não estou sozinha. Descobri que muita gente também descobriu os dramas coreanos e que a Coreia do Sul virou papo recorrente entre pessoas de várias gerações. Pra você ter uma ideia, há uns dias me surpreendi ao saber que o encantamento provocado pelos atores coreanos está promovendo uma verdadeira corrida de casamenteiras ao país.

Pra tentar conter essa estranha onda migratória é que dois youtubers, Abrahan Chang e Ruben Song, ambos filhos de coreanos, produziram um vídeo no qual alertam que a vida real não tem nada a ver com o que é mostrado nas séries. No vídeo, publicado na página @coreanosmib, a dupla desnuda o homem coreano. Diferente do idealizado pelas mocinhas casadoiras, ele não tem nada de fofinho. É machista. E tem mais, se você não sabe falar coreano desista. A sua sogra vai lhe ignorar solenemente. E sem o apoio dela, nada de namoro. Que dirá de casamento.

Essa onda coreana, conhecida como Hallyu, não começou com os doramas. Quem atraiu os primeiros olhares para a Coreia do Sul foi o rapper Psy. Lembra dele? Aquele do hit “Gangnam Style”. Depois do Psy vieram os astros adolescentes do K-Pop. Se você já não é mais tão adolescente vai uma explicação: o K-Pop é um movimento musical que tem como referência o BTS.

Pra quem não está ligando o nome à pessoa, o BTS é formado por garotos, o que não os impediu de conseguir um feito inédito: desde os Beatles é a primeira banda a emplacar três álbuns no mesmo ano. E para o horror do Bernardo, Ana Júlia é fã deles. Yasmin também. Elas sabem tudo sobre os meninos, reproduzem os movimentos e cantam todos os sucessos. Em “embromeichan”, obviamente.

E se você está ai pensando que a onda coreana se resume aos doramas, à culinária, ao Psy e aos meninos do K-Pop, ledo engano. Sou capaz de apostar uma garrafa de soju com uma porção de mandu como você faz parte da multidão planetária que já assistiu à Round 6. Longe de ser sutil e delicado como um prato coreano, a série é sangrenta e assustadora. Ah, já ia me esquecendo de citar. Ladies and gentlemen, o Oscar do ano passado foi pra quem mesmo? Uai, pra Parasita. O filme coreano ganhou a estatueta de melhor filme. Novidade pelas bandas de Hollywood.

E se você chegou até aqui saiba que eu, você, a sua mãe, a sua tia, seus filhos, sobrinhos, amigos e todo mundo que está surfando na onda do Hallyu embarcou numa mega estratégia de marketing, alimentada por mega investimentos e por um uso impecável das redes sociais.  O governo coreano investiu e apostou na exportação da cultura pelo mundo para alavancar o turismo e aquecer o mercado interno. Se deu certo? Pois é, né? Bora imitar. Quem sabe é o modelo ideal para  esse nosso país tropical, abençoado por Deus.

2 COMMENTS

  1. Gisele, essa onda coreana cai como uma luva naquelas piadinhas do Tik Tok, “ expectativa e realidade”. Claro que estes artistas coreanos que amamos estão em outro nível cultural, mas… cultura é cultura, e o que sempre prevalece são nossas origens. Portanto, é melhor ficarmos no mundo dos doramas nossos de cada dia e continuarmos a sonhar com estes gentlemen maravilhosos. Agora, a culinária tem pratos que também adoro!
    Beijos

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