Ciência trabalha para ensinar felicidade às pessoas

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Cientistas da Universidade de Trento, na Itália, demonstraram a eficácia de um programa de treinamento mental integrado que é capaz de gerar felicidade. Na prática, significa, acreditam os pesquisadores, que em breve as pessoas vão poder se matricular num curso para aprender a ser felizes.

Os professores da universidade criaram curso da felicidade que foi conduzido durante nove meses. Foram sete fins de semana teóricos/práticos e dois retiros de meditação. Essa última etapa foi realizada num Instituto de meditação de cultura tibetana em Pomaia, também na Itália.

O treinamento incluiu exercícios de meditação e debates envolvendo temas relacionados à filosofia, psicologia e neurociência. Os resultados mostraram que várias medidas de bem-estar psicológico aumentaram gradativamente nos participantes do início ao fim do curso.

Os participantes, segundo os pesquisadores, demonstraram, por exemplo, satisfação com a vida, percepção de bem-estar, autoconsciência e autorregulação emocional.

Ainda conforme os pesquisadores, os participantes também relataram uma diminuição significativa na ansiedade, na percepção de estresse, pensamentos negativos, ruminação e tendências de raiva. Os professores observaram, simultaneamente, melhoria nos aspectos positivos e redução das emoções negativas, tanto no curto quanto no longo prazo.

“O treinamento que propusemos aos participantes foi inspirado pela ideia – presente nas tradições filosóficas ocidentais e orientais – de que a felicidade está intimamente ligada ao desenvolvimento do equilíbrio interior“, explica o professor Nicola de Pisapia, da Universidade de Trento, um dos responsáveis pela criação do curso da felicidade.

De acordo com o professor Nicola, no processo de treinamento é preciso, por um lado, do estudo teórico da filosofia e da ciência e, por outro, das práticas de meditação. “Uma perspectiva mais gentil e mais aberta de si mesmo, dos outros e do mundo, visando uma melhor compreensão da mente e do cérebro humanos”, assinala Nicola.

Curso de felicidade

Na parte teórica do curso, os participantes assistiram a uma série de aulas e vídeos e realizaram discussões abertas sobre temas de psicologia, neurociência, história do pensamento ocidental e a filosofia de vida do budismo.

Os tópicos científicos incluíram neuroplasticidade, circuitos cerebrais de atenção e divagação da mente, estresse e ansiedade, dor e prazer, emoções positivas e negativas, desejo e vício, senso de identidade, empatia e compaixão.

Pessoas poderão aprender a ser felizes. Imagem - Pixabay
Pessoas poderão aprender a ser felizes. Imagem – Pixabay

Para a parte prática, foi proposta uma série de exercícios, retirados de diferentes tradições contemplativas, budistas e ocidentais. Como, por exemplo, meditação sobre a respiração, meditação analítica e diário pessoal.

A equipe de pesquisadores diz ter procurado fugir das “receitas mercadológicas”, muito presentes nos livros de autoajuda, que confundem felicidade com hedonismo, bem como da obsessão da Nova Era com o pensamento positivo.

“Eu acredito que, em tempos como estes, cheios de mudanças e incertezas, é fundamental estudar cientificamente como as tradições filosóficas ocidentais e orientais, junto com as mais recentes descobertas sobre a mente e o cérebro, podem ser integradas às práticas contemplativas de forma secular”, observa o professor Nicola.

O professor ainda acrescenta: “O objetivo é dar às pessoas saudáveis a oportunidade de trabalhar sobre si mesmas para desenvolver a felicidade autêntica, não o hedonismo ou a felicidade superficial. Com este estudo quisemos dar um pequeno passo nesta direção”.

Fonte: Frontiers in Psychology

1 COMMENT

  1. Felicidade não são momentos felizes, ela é SEMPRE para quem a construiu dentro de si, às vezes argamassada com lágrimas até. É como a própria pele, a cor dos olhos, não está fora de nós, ela é parte de nós, nosso DNA e digital, nossa Aura. Por isso não se restringe às circunstâncias nem às pessoas e ninguém pode ofuscar seu brilho que é a nossa própria Luz.

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