A exigência de que a vacina da Pfizer seja armazenada a uma temperatura de -70 graus não vai impedir que ela seja usada no Brasil. É o que garante o coordenador dos testes do imunizante em São Paulo, professor Cristiano Zerbini, também diretor do Centro Paulista de Investigação Clínica.
Muito eficiente, com eficácia comprovada de 95%, o fato de a vacina exigir armazenamento em baixíssima temperatura é visto como empecilho para o seu uso no Brasil, uma vez que esse detalhe pode dificultar e encarecer a logística de distribuição do medicamento num país de dimensões continentais.
O professor Zerbini, em entrevista que concedeu à rádio BandNews FM, garantiu que isso não será problema.
“Estão sendo feitos recipientes, de fácil transporte, que conseguem manter a vacina a -70ºC. Esse transporte pode ser feito até por uma ou duas semanas. E a vacina, depois, pode ser colocada no refrigerador por 5 a 6 dias”, explicou o professor. Ele lembrou também que a vacina contra o Ebola, usada na África, exigia armazenamento a uma temperatura de -80ºC e foi usada com muita eficiência.
Conforme o professor, é possível concentrar os lotes em centros de distribuição na temperatura indicada e, posteriormente, enviar nos compartimentos especiais para os locais mais distantes, com tempo suficiente para conservação em refrigeradores e aplicação na população.
Expertise do Brasil
Carlos Zerbini lembrou também da expertise do Brasil em grandes campanhas nacionais de vacinação, o que facilitaria a logística de distribuição do imunizante no país, bem como sua aplicação.
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A vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech foi testada em 2.284 voluntários brasileiros. De acordo com o professor Zerbini, o imunizante exige a aplicação de duas doses, mas já após a primeira os anticorpos começam a ser desenvolvidos pelo paciente; a segunda dose, aplicada 28 dias após a primeira, funciona mais como um reforço, ampliando ao máximo a imunidade.
A vacina da Pfizer/BioNTech foi aprovada pelo Reino Unido e começará a ser aplicada por lá já na próxima semana. A empresa Pfizer já enviou para A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os resultados dos testes da fase 3, que comprovam a segurança e eficácia da vacina, e vai solicitar em breve a liberação para uso no país.
Governo federal e empresa já estão em contato avaliando uma possível compra, pelo Brasil, do imunizante.
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