O tratamento que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu dias atrás por ter sido contaminado pelo novo coronavírus pode ser uma nova esperança para tratar com eficácia a Covid-19. E quem diz é o bilionário Bill Gates, da Microsoft, que está investindo uma fortuna na busca de um medicamento que ajude a combater a doença, o que ainda não existe.
O presidente americano, que chegou a ser hospitalizado, foi tratado com anticorpos monoclonais produzidos pela empresa de biotecnologia Regeneron. Esses anticorpos têm como alvo a proteína spike, que é utilizada pelo vírus que causa a Covid para perfurar as células saudáveis do homem.
Anticorpos monoclonais nada mais são que remédios de origem biológica, que são famosos por sua precisão e criados para combater de câncer a doenças autoimunes.
A Casa Branca confirmou que os médicos que atendem o presidente Donald Trump deram a ele uma dose única, de oito gramas, do coquetel experimental de anticorpos da Regeneron. Trump deixou o hospital três dias após a internação dizendo que estava “curado”.
A Regeneron e a empresa farmacêutica Eli Lilly and Co. solicitaram à Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana, autorização de uso emergencial para seus produtos de anticorpos monoclonais.
Baixo custo
Segundo Bill Gates, os primeiros dados de ensaios clínicos com o anticorpo monoclonal indicam uma redução de 60% nas taxas de hospitalização. O dono da Microsoft espera que seja possível tratar pacientes com doses baixas dessas proteínas do sistema imunológico criadas em laboratório.
Na opinião de Bill Gates, os tratamentos monoclonais podem acabar sendo muito mais baratos do que as medicações usadas hoje em algumas doenças, como câncer e a artrite reumatóide, que costumam ser muito caras.
“Essa sempre foi a categoria terapêutica mais promissora”, disse Gates em entrevista à CNN americana. De acordo com ele, se tudo correr como o previsto, o tratamento com anticorpos monoclonais pode custar menos de 100 dólares.
A Regeneron iniciou o tratamento usando o coquetel em humanos no mês de junho deste ano. Os testes iniciais sinalizaram que o medicamento é seguro. No último dia 29, a empresa anunciou resultados de 275 pacientes não-hospitalizados em uma última etapa de testes.
A pesquisa verificou, diz a empresa, que o coquetel foi seguro e aparentou reduzir as cargas virais, bem como melhorou os sintomas dos pacientes com a Covid-19. Os testes vão continuar, mas a Regeneron já solicitou autorização para o uso emergencial do tratamento, em função da gravidade da Covid-19, que já matou, só nos Estados Unidos, mais de 213 mil pessoas.
Com CNN
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