O que explica resistência de superidosos ao coronavírus?

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Pixabay
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Pessoas acima de 60 anos são consideradas como do grupo de risco para a Covid-19. Alguns idosos, entretanto, inclusive nonagenários e centenários, têm demonstrado grande resistência ao vírus. Muitos pacientes com mais de 90 anos, os chamados superidosos, tiveram formas muito leves da doença ou ficaram assintomáticos. O que explica?

O Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP) decidiu ir atrás da explicação. Pesquisadores acreditam que a diferença na resposta à infecção está relacionada ao genoma, o conjunto de genes de um ser vivo.

Na visão dos cientistas, a genética pode explicar por que algumas pessoas desenvolvem formas graves da covid-19 enquanto outras permanecem assintomáticas. Os professores da USP acreditam que o grupo de superidosos deve ter os genes protetores para a doença.

Genes protetores

Geneticista Mayana Zatz, da USP. Foto - USP
Geneticista Mayana Zatz, da USP. Foto – USP

“Queremos identificar as variantes genéticas de risco e aquelas protetoras. Como temos grande interesse em descobrir os genes protetores, vamos focar nos superidosos”, explica a geneticista Mayana Zatz, do Centro de Pesquisas do Genoma Humano, da Universidade de São Paulo.

E porque essa pesquisa é importante? Conhecer as variantes genéticas envolvidas no combate à covid-19 vai permitir, por exemplo, identificar os indivíduos com genes de risco para a doença. Esses, portanto, devem ser priorizados nas campanhas de vacinação, quando elas estiverem disponíveis, e em outras medidas de proteção.

Por outro lado, aquelas pessoas que tiverem os genes de proteção podem retomar as atividades sem grande risco neste momento de flexibilização da economia.

“As pessoas me perguntam como um centenário conseguiu sobreviver ao coronavírus. E eu respondo que é exatamente por ser um centenário. Em algumas famílias temos casos de pessoas que suportam inúmeras situações adversas do ambiente”, explica Mayana Zatz.

Num outro extremo, pesquisadores da USP vão estudar também pacientes jovens, que tiveram a Covid-19 e acabaram morrendo. A suspeita dos pesquisadores é que esses devem ter os genes de risco da doença.

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Com informações do Estadão

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