Cientistas da Northwestern University, em Illionois, Estados unidos, identificaram o primeiro composto que elimina a degeneração dos neurônios motores superiores. As alterações nesses neurônicos são a principal causa de uma doença degenerativa chamada ELA (esclerose lateral amiotrófica).
“Embora os neurônios motores superiores sejam responsáveis pela iniciação e modulação do movimento, e sua degeneração seja um evento precoce na ELA, até agora não houve opção de tratamento para melhorar sua saúde”, explicou a médica Hande Ozdinler, um dos responsáveis pela descoberta.
“Identificamos o primeiro composto que melhora a saúde dos neurônios motores superiores que ficam doentes”, acrescentou Ozdinler. Ela é professora de neurologia na Escola de Medicina Feinberg da Northwestern University, a cientista ainda acrescenta. A descoberta é considerada de extrema importância na busca de uma cura para a ELA, ou mesmo um tratamento eficaz.
Resultado promissor
A chave do trabalho está num composto, batizado de NU-9, desenvolvido pelo cientista Richard Silverman, também professor na mesma universidade. O composto foi ministrado em camundongos e os resultados foram considerados muito positivos.
“Estou muito animado para descobrir se nossa hipótese de que a estabilização dos neurônios motores superiores em camundongos se traduzirá em humanos”, afirmou o professor Silverman. O especialista acredita que o NU-9 é uma esperança para pacientes com doenças dos neurônios motores superiores, que hoje são intratáveis.
Depois de administrar o NU-9 nos camundongos, os cientistas detectaram uma expressiva melhora dos neurônios. Segundo os responsáveis pelo trabalho, os neurônicos pararam de degenerar; e aqueles que estavam doentes se tornaram semelhantes aos neurônios saudáveis após 60 dias de tratamento.
Outras doenças
Os neurônios motores superiores são os comandantes-chefes do movimento do cérebro. Eles carregam a entrada do cérebro para os alvos da medula espinhal para iniciar o movimento voluntário. A degeneração desses neurônios prejudica a conexão do cérebro com a medula espinhal e leva à paralisia dos pacientes.
Além da ELA, a degeneração do neurônio motor superior provoca outras doenças neurológicas, como paraplegia espástica hereditária (HSP) e esclerose lateral primária (PLS).
Na ELA, as células nervosas que iniciam o movimento no cérebro (neurônios motores superiores) e as células nervosas que controlam os músculos na medula espinhal (neurônios motores inferiores) morrem. A doença resulta em paralisia e morte que progridem rapidamente.
Até agora, não houve nenhum medicamento ou tratamento para o componente cerebral da ELA. E nenhum medicamento para pacientes com HSP e PLS. O trabalho dos cientistas da universidade americana é uma esperança de que esse quadro se altere.
Os cientistas vão agora entrar na fase de testes em humanos. O estudo foi publicado na Clinical and Translational Medicine.
A ELA
A esclerose lateral amiotrófica (ELA), cuja causa específica ainda é desconhecida, caracteriza-se pela degeneração progressiva de neurônios motores localizados no cérebro e na medula espinhal.
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é provocada pela degeneração progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Esses neurônios são células nervosas especializadas que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, dão origem à doença.
Com informações do site GNN e Northwestern University
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