A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, foi a primeira brasileira a receber hoje, domingo, 17 de janeiro de 2021, a vacina Coronavac contra a Covid-19. Ela foi vacinada na presença do governador de São Paulo, João Dória, no Centro de Convenções do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista.
Já contando com a possibilidade de que a Coronavac fosse aprovada pela Anvisa, o que aconteceu às 15h20 deste domingo, o governo paulista já havia se preparado para dar início oficial ao seu programa de imunização. Exatamente às 15h30, dez minutos após a aprovação do uso emergencial da vacina, Mônica foi vacinada.
Mônica era auxiliar de enfermagem e aos 47 anos decidiu fazer faculdade de enfermagem. Com obesidade, hipertensão e diabetes, ela faz parte do grupo de risco. Ela trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas há 11 meses, atendendo pacientes com Covid-19. Quem a vacinou foi a sua colega enfermeira Jéssica Pires Camargo, de 30 anos.
Além de Mônica, profissionais de saúde do Hospital das Clínicas também foram vacinados hoje à tarde. O Instituto Butantan, que vai fabricar a Coronavac no Brasil, tem em estoque 6 milhões da vacina importadas da China.
Cerca de 4,6 milhões de doses serão repassadas ao Ministério da Saúde para envio aos Estados, e 1,3 milhão de doses, aproximadamente, ficarão com o governo de São Paulo, que já começou a sua campanha de imunização.
O governo comprou 46 milhões de doses da vacina chinesa, que já começaram a ser fabricadas pelo Butantan. “Temos a melhor vacina, porque a melhor vacina é aquela que chega ao braço dos brasileiros”, assinalou o presidente do Instituto Butantan, o médico Dimas Covas, que acompanhou a vacinação da enfermeira Mônica. “Essa vacina começa a ser aplicada para salvar o país”, assinalou.
A Coronavac foi testada em cerca de 13 mil voluntários brasileiros, de sete estados, num trabalho coordenado pelo Instituto Butantan. A eficácia da vacina é de 50,38%. Mas ela é 100% eficaz para evitar casos de morte, como mostraram os testes, o que significa que seu uso vai, no médio prazo, reduzir em muito as hospitalizações no país pela Covid.