A Johnson & Johnson vai anunciar nos próximos dias os resultados da fase 3 de sua vacina contra a Covid-19, que vão revelar o seu percentual de eficácia. Dependendo do resultado, o imunizante vai dar grande impulso às campanhas de vacinação pelo mundo, com potencial para mudar o curso da pandemia. A empresa informa que terá condições de produzir, até o final do ano, cerca de 1 bilhão de doses.
Há uma grande expectativa na comunidade científica mundial sobre esse imunizante, uma vez que ele é, por enquanto, o único que exige a aplicação de uma só dose. Todas as vacinas contra a Covid-19 aprovadas até agora, como é o caso da Pfizer/BioNTech, Moderna, Oxford/AstraZeneca e Coronavac exigem a aplicação de duas doses.
A vacina de dose única da Johnson & Johnson foi testada em vários países entre 45 mil voluntários, inclusive no Brasil. Por aqui, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou os testes em cerca de 7.500 voluntários de 11 estados, entre eles Minas Gerais.
Vantagens
Além de ser uma vacina de dose única, o imunizante da Johnson tem outras vantagens em relação às suas principais concorrentes, como Pfizer e Moderna, está no armazenamento. Ela pode permanecer estável na geladeira por meses, ao contrário das outras duas, que precisam ser congeladas, o que torna a logística de distribuição, bem como a aplicação em países de dimensões continentais, como Brasil e Estados Unidos, bem mais fácil.
A vacina da Johnson & Johnson contra a Covid é diferente das vacinas da Moderna e Pfizer-BioNTech. As primeiras usam uma nova tecnologia, a do RNA mensageiro, que funciona como uma espécie de receita para que o organismo produza os anticorpos contra o novo coronavírus.
Já a Johnson desenvolveu sua vacina a partir de um vírus que causa resfriados comuns, conhecido como adenovírus. Nos testes clínicos das duas primeiras fases, os resultados foram animadores.
Em 805 voluntários com idades entre 18 e 55 anos, após uma única dose, os anticorpos neutralizantes foram encontrados em mais de 90% dos participantes depois de 29 dias. Esse percentual subiu para 100% no 57º dia depois da administração da vacina.
Interesse dos EUA
A aprovação da vacina da Johnson & Johnson interessa especialmente aos Estados Unidos, onde a Covid-19 já matou mais de 410 mil pessoas e infectou quase 25 milhões de pessoas. E se muitas pessoas começarem a desenvolver imunidade com uma dose única, ficará mais difícil para o vírus passar de uma pessoa para outra, reduzindo as altas taxas de novos casos.
“Uma vacina com uma dose teria um impacto tremendo na saúde pública em países de baixa renda, mas também em países de alta renda”, disse em entrevista ao jornal New York Times Ruth Faden, professora de ética biomédica na Universidade Johns Hopkins.
A Johnson fechou um acordo com a Covax, iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) do qual participam 165 países, inclusive o Brasil, para fornecer 200 milhões de doses de sua vacina em 2021. No próximo ano, serão mais 300 milhões de doses.
Com informações do New York Times
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