Após quase três meses de testes, o Instituto Butantan está concluindo hoje, 16 de outubro, os testes da fase 3 da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac. Na segunda-feira o instituto vai divulgar se o imunizante, chamado Coronavac, é mesmo seguro e eficaz, mas o otimismo é grande e a expectativa é que a vacinação em São Paulo comece em 15 de dezembro.
“Até agora, todos os resultados foram positivos. Nenhuma colateralidade foi apresentada nos 13 mil médicos e enfermeiros que foram testados em sete estados brasileiros”, informou o governador de São Paulo, João Dória, que foi o responsável pela assinatura do acordo entre o Butantan e o laboratório Sinovac.
Os testes com a Coronavac começaram no dia 21 de julho, sob a coordenação do Instituto Butantan. Sete estados brasileiros, entre eles Minas Gerais, participaram das testagens por meio de instituições de pesquisas. Com os mineiros, o trabalho foi coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A intenção, inicialmente, era testar a vacina em 9 mil voluntários, mas o número passou para 13 mil. Como tudo indica que o imunizante chinês vai poder ser aplicado em grande escala, a intenção do governo paulista é começar a imunização de sua população no dia 15 de dezembro. Terão prioridade os profissionais de saúde, professores e pessoas com doenças crônicas.
Ainda em outubro, o Instituto Butantan deve receber do laboratório Sinovac 6 milhões de doses da Coronavac. Assim que o medicamento for liberado pela Anvisa, o instituto vai produzir mais 40 milhões de doses. Até fevereiro de 2021, São Paulo terá 60 milhões de doses da vacina chinesa. A previsão é que a população do Estado estará vacinada até março.
E os demais brasileiros?
O Ministério da Saúde já anunciou que vai disponibilizar para a população brasileira a primeira vacina contra a Covid-19 que for aprovada pela Anvisa. Em reunião ocorrida nesta semana, secretários de saúde dos estados pediram ao governo federal que considere a possibilidade de comprar a vacina chinesa para que ela seja oferecida em todos os postos do SUS espalhados pelo Brasil.
O Butantan já entrou na Anvisa com um pedido de autorização de uso da Coronavac no país. A agência, considerando a gravidade da pandemia, criou mecanismos para agilizar a autorização para que a vacina possa ser aplicada.
O laboratório AstraZeneca, que juntamente com a Universidade de Oxford está testando uma vacina contra a covid em voluntários brasileiros, também já deu entrada na Anvisa com pedido de autorização para uso de seu imunizante.
A previsão é que os testes da vacina de Oxford também sejam concluídos em outubro. Confirmada sua eficiência e eficácia, ela também pode começar a ser aplicada em meados de dezembro. Se aprovada, ela será produzida no Brasil pela Fiocruz.
Por enquanto, o país já garantiu 100 milhões de doses da vacina de Oxford para o primeiro semestre de 2021 e mais 40 milhões de doses por meio da aliança Covax, um consórcio de países que se uniram, sob a liderança da Organização Mundial de Saúde (OMS), para adquirir a vacina em grande quantidade e a custos menores.
As 100 milhões de doses da vacina de Oxford, as 40 milhões da aliança Covax e as 60 milhões de doses da chinesa Coronavac serão suficientes para vacinar 100 milhões de brasileiros, uma vez que ambas exigem a aplicação de duas doses. A população do Brasil, hoje, é de cerca de 211 milhões de habitantes.
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