Lobo-guará ganha mais visibilidade em nota de R$ 200

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Estampa do lobo-guará na nota de R$ 200 dará mais visibilidade ao animal e vai ajudar na sua preservação. Fotos - BC-redes sociais
Estampa do lobo-guará na nota de R$ 200 dará mais visibilidade ao animal e vai ajudar na sua preservação. Fotos - BC-redes sociais

O lobo-guará, espécie ameaçada de extinção e símbolo do cerrado, está ganhando mais visibilidade, o que pode contribuir para a sua preservação. O animal está estampado nas novas notas de R$ 200 que já estão circulando em todo o Brasil, por determinação do Banco Central (BC).

A escolha do lobo-guará para estampar as novas notas ocorreu ocorreu, na verdade, em 2001, quando o governo decidiu fazer uma consulta aos brasileiros, que podiam escolher animais ameaçados de extinção para figurar em novas cédulas.

Nos dois primeiros lugares ficaram a tartaruga-marinha, que acabou sendo colocada na nota de R$ 2, que foi criada em 2001, e o mico-leão. que ilustra a nota de R$ 20, que foi lançada em 2002. Pela ordem, a próxima nota a ser lançada teria a estampa do lobo, que é o que está ocorrendo agora.

“A circulação da espécie na nota poderá trazer grande visibilidade e acreditamos que isso gere maior engajamento de diversos setores para incorporar as ações para melhorar seu estado de conservação. No mínimo, a espécie, junto com seus problemas, passará a ser mais conhecida da sociedade em geral”, explica o biólogo Rogério de Paula, que é especialista em canídeos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Lobo-Guará (Foto: Adriano Gambarini - ONG Amigo do Lobo
Lobo-Guará – Foto: Adriano Gambarini – ONG Amigo do Lobo

“O lobo-guará é um agente dispersor de espécies nativas do cerrado (frutíferas). O animal equilibra a cadeia alimentar no cerrado e, mais importante, a sua presença indica que temos um bioma preservado”, acrescenta Mário Lúcio dos Santos, do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF), e também supervisor da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade Alto Médio São Francisco (URFBio/AMSF).

Maior canídeo da América do Sul, podendo pesar até 36 kg, o lobo-guará é considerado como “quase ameaçado” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Ele sobrevive graças a esforços de preservação realizados por projetos como o Onçafari, que atua no estudo e conservação da espécie.  

De acordo com Rogério de Paula, a estimativa é que existam hoje, em todo o Brasil, 24 mil lobos-guarás. Mas a metade desse universo, segundo ele, não consegue se reproduzir, uma vez que grande parte dos animai ou são muito jovens ou são muito velho. Apenas 5%, segundo o biólogo, vivem em ambientes conservados.

Uma pesquisa desenvolvida pelo biólogo no Parque Nacional da Serra da Canastra indica que a região da nascente do Rio São Francisco tem a maior densidade de lobos-guarás em toda a América Latina. A estimava é que existam 120 lobos-guarás somente dentro do Parque da Canastra e outros 35 no entorno dessa área, totalizando 155 animais na região da nascente do rio São Francisco.

Entre as principais ameaças ao lobo-guará estão a perda de seu habitat, com os constantes desmatamentos no cerrado, redução da qualidade de áreas adequadas para sua sobrevivência, morte de animais em razão de conflitos com o homem (caça) e atropelamentos (ao cruzar rodovias).

Atração turística

Em Minas Gerais, mais especificamente no Santuário do Caraça, a 120 km de Belo Horizonte, o lobo-guará é atração turística há mais de 30 anos. No antigo Colégio do Caraça, ou Santuário de Nossa Senhora Mães dos Homens, existem duas pousadas, com capacidade para 230 hóspedes.

O número de visitantes está agora reduzido por conta da pandemia do coronavírus. Mas o turista que viaja até o santuário é premiado, todas as noites, com a visita de um lobo-guará.

Com informações do Portal Terra e jornal EM

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