Governo monta cronograma de vacinação contra a Covid

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Ministério da Saúde já trabalha em cronograma para a vacinaçao em massa contra a covi. Imagm - Pixabay
Ministério da Saúde já trabalha em cronograma para a vacinaçao em massa contra a covi. Imagm - Pixabay

O governo federal está montando um cronograma de vacinação para a Covid-19, para que, assim que a vacina contra a doença for aprovada, o esquema para imunizar a população brasileira, de cerca de 210 milhões de pessoas, esteja todo definido. Na próxima semana, o Ministério da Saúde vai se reunir com as secretarias estaduais, especialistas e representantes de entidades da área da saúde para fechar o cronograma.

Esse grupo vai definir, por exemplo, quais serão os grupos prioritários, aqueles que vão receber primeiro a vacina, uma vez que, tão logo essa seja aprovada, não haverá doses suficientes para imunizar toda a população de uma só vez. Nesse caso, há praticamente um consenso: serão vacinados, primeiro, os profissionais de saúde, da área de segurança, idosos e pessoas com alguma comorbidade (hipertensão ou diabetes, por exemplo).

Voluntários brasileiros estão participando dos testes finais de quatro vacinas contra a Covid-19. Duas delas, a da Universidade de Oxford e do laboratório chinês Sinovac, têm boas chances de serem aprovadas entre outubro e novembro e poderão começar a ser aplicadas em dezembro.

O governo brasileiro, em acordo feito com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, comprou 100 milhões de doses da vacina e deve receber 30 milhões de doses em dezembro, quando é esperado que comece a vacinação. As outras 70 milhões de doses serão produzidas pela Fiocruz e deverão ser entregues até o final do primeiro semestre de 2021.

Já o laboratório chinês Sinovac, que produz a Coronavac, fez acordo com o Instituto Butantan, ligado ao governe São Paulo, e vai receber 120 milhões de doses de sua vacina. Parte dessa quantidade também estará disponível até dezembro para que se dê o início ao processo de vacinação, conforme previsão do presidente do Butantan, Dimas Covas.

Atalhos

Vacina contra a poliomielite, que é aplicada via oral, está sendo estudada no combate à covid-19. Foto - Redes Sociais
Vacina contra a poliomielite, que é aplicada via oral, está sendo estudada no combate à covid-19. Foto – Redes Sociais

O processo de desenvolvimento, aprovação e registro de uma vacina é, geralmente, muito longo. Somente para a aprovação do registro o prazo médio é de um ano. Mas o mundo está vivendo com a pandemia do coroanvírus um dos momentos mais cruciais de sua história e há um consenso entre a comunidade científica de que é preciso encurtar o caminho na busca de uma vacina para a doença (sem, evidentemente, colocar em risco a população).

No Brasil, segundo o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa,
Gustavo Mendes
, o registro da vacina contra a Covid, assim que der entrada no órgão, deve ser liberado em até 30 dias. Em condições normais, somente após a aprovação do registro os laboratórios começam a produzir a vacina em grande escala.

Mas muitos laboratórios, como é o caso do AstraZeneca, decidiram se antecipar, mesmo sabendo dos riscos, para produzir uma grande quantidade de vacinas antes mesmo de comprovada a sua segurança. A chinesa Sinovac está fazendo o mesmo.

No cronograma de vacinação, o Ministério da Saúde vai definir também como será o esquema de distribuição da vacina. A intenção é mandar o imunizante para 38 mil pontos de armazenamento espalhados pelo país, num esquema semelhante ao da vacina contra gripe, que tem um público-alvo de 80 milhões de pessoas. Como o Brasil tem um programa de vacinação que é considerado modelo no mundo, essa será a parte mais fácil.

Se as vacinas de Oxford e da chinesa Sinovac forem mesmo seguras e eficazes, o Brasil terá, até o primeiro semestre do próximo ano, pelo menos 220 milhões de doses disponíveis. Não será suficiente para vacinar toda a população brasileira, uma vez que a chinesa deverá exigir a aplicação de uma segunda dose.

Mas o governo paulista está fazendo uma espécie de vaquinha junto ao setor privado para levantar R$ 130 milhões para dobrar a capacidade de produção do Butantan. Do valor, já foram conseguidos R$ 100 milhões. Assim, só da coronavac o país poderia contar com 240 milhões de doses.

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