“Fique em casa, mas saia da violência doméstica”

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"Violência contra a mulher, não desvie o olhar". Imagem - Alexas_Fotos/Pixabay

A promotora paulista Gabriela Mansur, conhecida pelo seu trabalho em defesa dos direitos da mulher, criou uma rede de “justiceiras” para apoiar, voluntariamente, mulheres vítimas de violência doméstica. Com 700 profissionais, o grupo é formado por juízas, advogadas, psicólogas, médicas, enfermeiras, assistentes sociais e também por mulheres que foram vítimas de violência.

O tema das “justiceiras” é “fique em casa, mas saia da violência”. Em tempos de quarentena por conta do coronavírus, período em que pode crescer os casos de violência contra mulheres nos lares, a ideia da rede é atender as vítimas por meio do Whatsapp (11) 99639-1212.

A promotora conta que o isolamento social a fez tirar a ideia mais rápida do papel e disse que ficou surpresa com o número de voluntárias que apareceram para ajudar no trabalho da rede.

A promotora Gabriela Mansur, criadora da rede "justiceiras", que vai ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. Foto - site Justiceiras de Saia/divulgação
A promotora Gabriela Mansur, criadora da rede “justiceiras”, que vai ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. Foto – site Justiceiras de Saia/divulgação

Orientação profissional

Em entrevista que concedeu ao site Universa, do portal UOL, a promotora afirma que o confinamento não é a causa da violência contra a mulher, mas acaba intensificando essas situações.

“O aumento de convivência pode fazer com que aumente o controle, a posse, a humilhação e, muitas vezes, a agressão física acontece pela primeira vez. Mulheres que não percebiam que viviam relacionamentos abusivos, porque tinham altos e baixos, passaram a perceber”, assinalou a promotora.

Por meio da rede, que está em operação desde o dia 24 de março, as mulheres em situação de violência doméstica podem se conectar com uma das 700 voluntárias e receber apoio e orientação de uma profissional, seja na área jurídica, psicológica, socioassistencial e médica. Ao enviar a mensagem para o número de Whatsapp, a mulher vai receber um link e preencher um formulário.

“A partir desse contato, nós fazemos os encaminhamentos para as voluntárias, que vão acompanhar caso a caso”, explica a promotora. Segundo ela, na primeira semana de trabalho as “justiceiras” receberam 300 chamadas e logo conseguiram dar encaminhamento a 80.

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Apesar de ter sido criada em caráter emergencial, pensando no possível aumento de casos por conta do isolamento social, a intenção, de acordo com a promotora, é que o trabalho continue após a pandemia. As “justiceiras” contam com o apoio do Instituto Justiça de Saia, também criado pela promotora Gabriela Mansur, do Instituto Nelson Wilians e do Instituto Bem Querer Mulher.

Com UOL



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