O Carnaval que levou a uma receita de baião de dois

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Veja a receita de baião de dois

Sou fruto de carnaval! Da paixão sem muita responsabilidade clássica dos anos 80. Carnaval por aqui é quase sagrado e já conheci algumas boas folias. Bloco no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo? Já vivi. Carnaval de interior de Minas Gerais? Teve também. Porto Seguro? O melhor carnaval da adolescência, com tudo que viagens de baixo orçamento podem reservar para suas memórias.

Faltam para conta os carnavais do Recife, com direito a Alceu Valença e sua bela da tarde e os bonecos de Olinda. Este ano, com Lucca chegando, o Carnaval se resumiu ao baile de máscaras de Uberlândia, e a fantasia tinha que ser de leão, em homenagem a todos os leões que já matamos e ainda mataremos na unha em 2019.

Para não ficar na vontade de Pernambuco, o almoço da terça-feira foi uma receita de baião de dois. Queijo coalho grelhado na manteiga de garrafa, carne seca, bacon, feijão de corda (que comprei na feira semana passada e congelei com toda a má intenção), alho e muito cheiro verde. Na vitrola, Luiz Gonzaga e Grande Encontro.

Manteiga de garrafa é dessas coisas que dão à vida um sabor teatral. Misturada com carne seca e feijão de corda, é como se a Mangueira desfilasse na sua boca, trazendo a história não contada do nosso povo.

Ainda estou apaixonada pelo baião que invadiu a sala de casa, que esteve cheia. Padrinho apareceu com a tia e os meninos, trouxeram cerveja e um peixe pra completar o gosto de Nordeste.

Espero que esse prato ajude a matar a vontade de baião, Recife e Olinda ou estimule quem ainda não conhece a planejar o Carnaval de 2020.

“Se a gente lembra só por lembrar,
do amor que um dia a gente perdeu.
Saudade inté que assim é bom
Pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber
Pois não sofreu
Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade, entonce, ai é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer”
(“Qui Nem Jiló”, de Luiz Gonzaga)

Os ingredientes da receita de baião de dois

Receita de baião de dois

Ingredientes

  • 500 g de carne seca (corte em cubos de 7 cm para facilitar o dessalgue. Deixe de molho em água fria por 24h e troque a água duas vezes)
  • 1 calabresa picada em cubos (licença poética para aumentar a parte proteica, já que tinha visita. É opcional)
  • 1 xícara de filé picadinho (sobra de ontem e eu não queria descartar. É opcional)
  • 100 g de bacon
  • 6 espetinhos de queijo coalho picado em cubos
  • 2 xícaras (chá) de feijão de corda (cozinhe na pressão por 10 minutos – cuidado para não cozinhar muito)
  • 2 xícaras (chá) de arroz
  • 2 cebolas roxas picadas finas
  • 1 colher (sopa) de azeite (ou óleo)
  • 2 colheres (sopa) de sal
  • 2 folhas de louro
  • 5 dentes de alho
  • 3 colheres (sopa) de manteiga de garrafa (ou a gordura que preferir, como manteiga, azeite ou óleo)
  • 6 talos de cebolinha fatiada
  • 1 ramo de salsinha picadinha

Modo de preparo

O baião de dois é feito em duas etapas: o arroz e o refogado.

O arroz é cozido separadamente, da forma convencional. Geralmente, não faço arroz com cebola, mas hoje coloquei 2 colheres de sopa bem cheias, com metade do alho (desta receita). Para o cozimento, acrescentei à água normalmente usada uma xícara de chá do caldo do cozimento do feijão de corda, 1 colher de sopa de manteiga de garrafa e 1 folha de louro.

Enquanto o arroz cozinha, vamos ao refogado. Refogue o bacon em sua própria gordura e depois acrescente a calabresa (eu gosto de tirar a gordura que essa etapa libera). Adicione a manteiga de garrafa, as cebolas e o alho restante.

Quando estiverem dourados, adicione a carne seca e o filé picadinho (caso tenha aí na sua geladeira). Coloque o feijão de corda (sem caldo!!!) o louro e refogue por alguns minutos para que os sabores se misturem.

Em uma frigideira antiaderente, grelhe os cubos de queijo coalho (pode usar a manteiga ou azeite mesmo). Certifique-se de que eles ficarão dourados de todos os lados.

Quando o arroz estiver cozido e bem soltinho, revolva e vá adicionando na panela do refogado aos poucos. A ideia é que o prato fique bem soltinho, nada de deixar com cara de risoto! Adicione a cebolinha e a salsa, abafe por alguns minutos e, na hora de servir, coloque o queijo coalho por cima.

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Quer ler as outras receitas e crônicas da Marina? Então visite a página do Cozinhas Gerais! Vamos trocar receitas e histórias?

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