Acredite no amor e vá na fé

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Imagem de Dimitris Vetsikas por Pixabay
Imagem de Dimitris Vetsikas por Pixabay

Você é desses que curte e responde “amém” em todos os posts que prometem boas novas anunciadas na madrugada? Se acredito? Muito. E dá-lhe ” amém, amém, amém”. Ihh! Posso até ouvir a sua risadinha sarcástica.

  • Essa mulher é analógica demais. Nem sabe que isso é coisa do algoritmo.

É claro que eu sei. Não sou tão analógica assim. Mas um pouco de fé e de fantasia não fazem mal a ninguém.

Tá achando o que? Sou da origem. Da pré-história das redes sociais. Já vivi várias fases. Venho do tempo em que o Orkut fazia as vezes do Tinder. De quando essa era a rede social mais popular do Brasil. Isso no início dos anos 2000. Gente, como eu fui feliz naquele tempo! Rendeu até um namorado paulista (epa!). Uma história de amor inesquecível. O fim da rede social também colocou um ponto final nesse romance que prometia ser eterno. Uma pena!

A história, apesar de ter sido intensa, andava esquecida. Isso até que o anúncio da reativação do domínio devolveu as minhas melhores memórias. Alerta total. Quem sabe, o mocinho reaparece e me dá um match? Mais gente pensou o mesmo. Orkut Büyükkökten, em um comunicado oficial, afirmou crer no poder da conexão para gerar mudanças. “Acredito que o mundo é um lugar melhor quando nos conhecemos um pouco mais. […] E é por isso que estou construindo algo novo. Vejo você em breve!”

Tomara. Aproveitando pra deixar um recadinho do coração.

  • Wellington, dê sinal de vida! Tô por aqui, viu?

Ah, pra ajudar, algumas dicas na busca: o mocinho (hoje nem tão mocinho assim) é engenheiro e na época morava em Campinas. Cruzando os dedos. Vai que. Nada é impossível. Lembrando que hoje posso contar também com o apoio da Inteligência Artificial. Pra falar a verdade, a tal “IA” até me assombra um pouco. Mas vai que ela também junta corações solitários, né mesmo? Já que estão dizendo que “IA” pode tudo não custa tentar. Posso começar pelo texto de “Procura-se um ex-namorado”:

  • GPT, crie um texto comunicando que estou a procura de um engenheiro de Campinas que conheci nos anos 2000. Conte que nos conhecemos pelo Orkut e que vivemos uma linda história de amor.

Já ouviu dizer que a curiosidade matou um gato? Pois, então! Não deu outra. Entrei no GPT e fiz o teste. Veja o resultado:

“Caro público,
Estou à procura de um engenheiro que conheci nos anos 2000. Nos conhecemos por meio do Orkut e vivemos uma história de amor incrível.
No entanto, infelizmente, perdemos contato após alguns anos e eu gostaria muito de reencontrá-lo agora.
Se você conhecer alguém que se encaixa nessa descrição ou puder me ajudar de alguma forma, por favor, entre em contato comigo. Essa pessoa é muito importante para mim e eu gostaria muito de reencontrá-la.
Desde já, agradeço toda a sua ajuda e colaboração para tornar esse reencontro possível.
Atenciosamente,
[Seu nome]”

Sei, não, viu! Achei meio xoxo, muito formal. Pensei que sairia um texto mais apelativo e coisa e tal. Chegando à conclusão de que para assuntos do coração, melhor não meter o GPT no meio. O mundo real ainda parece ser um cenário mais resolutivo.

Quer ver? Há poucos dias um legítimo representante da geração Z ( ou seria Alpha?) me contou que há dois anos conheceu a noiva em um bar. Desde então não se separaram mais. Estão noivos e muito apaixonados. Para selar esse encontro de almas o menino usa uma aliança com uma pedra em forma de estrela; a noiva, uma pedra da lua. Tá pensando que é só uma modinha. Nada disso. Tem significado. Representa a história dos dois.

  • Eu só brilho quando ela aparece, confessa quase em transe.

Bonitinho demais, né? Falando nisso, Wellingtoooonnn! Cadê você?

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