Uma grande esperança. A biofarmacêutica sueca Alzinova anunciou que começou a ser testada em humanos uma vacina contra o Alzheimer, doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Batizada de ALZ-101, o imunizante está sendo testado na Finlândia. Caracterizada pela deterioração de funções cognitivas, como a memória e o aprendizado, o Alzheimer é a forma mais comum de demência.
Numa primeira fase, a vacina será testada em 26 pacientes que estão com a doença em estágio inicial. O objetivo dessa etapa é avaliar a segurança e se o imunizante será bem tolerado pelos pacientes. Estudos pré-clínicos realizados pela farmacêutica não demonstraram indícios de problemas de toxicidade ou inflamação associados ao imunizante.
A empresa está desenvolvendo um imunizante para o Alzheimer que visa combater os oligômeros beta-amiloide — que são cadeias de proteínas que quando se acumulam no cérebro provocam as manifestações clínicas da doença. O imunizante estimula a produção de anticorpos que podem reconhecer as formas beta-amiloide capazes de desenvolver neurotoxinas.
A vacina ALZ-101, de acordo com o fabricante, age especificamente sobre uma estrutura chamada de oligômeros beta-amilóide (cadeias de várias unidades da proteína), cujo o acúmulo no cérebro leva ao Alzheimer.
A biofarmacêutica sueca Alzinova informa que o ensaio clínico para sua vacina contra o Alzheimer será duplo-cego controlado por placebo. Significa que uma parte dos voluntários vão receber o novo medicamento e uma outra parte uma substância sem qualquer efeito, o chamado placebo.
Resposta imunológica
Os cientistas envolvidos na pesquisa esperam também avaliar a resposta imunológica do corpo à vacina após múltiplas doses, bem como analisar uma série de biomarcadores associados ao Alzheimer. Os testes em humanos está sendo coordenado pela Clinical Research Services Turku (CRST), que tem experiência anterior em estudos de Alzheimer, como informou a farmacêutica Alzinova.
“É muito gratificante que o ALZ-101 tenha agora entrado em testes clínicos em uma área com uma grande necessidade médica não atendida”, disse Kristina Torfgård, CEO da Alzinova AB, em um comunicado à imprensa .
Os cientistas vão investigar o uso de duas dosagens diferentes da vacina durante um período de 20 semanas. Cada participante receberá quatro doses da vacina (ou placebo). Os primeiros resultados desses testes só devem ser divulgados, porém, no segundo semestre de 2023.
Como funciona
A vacina da Alzinova contra o Alzheimer carrega anticorpos sintéticos que miram uma proteína tóxica, a beta-amiloide. Ela se acumula no cérebro e é considerada uma das possíveis causas da condição neurodegenerativa e do declínio cognitivo provocados pela doença. Com o excesso dessa proteína, o funcionamento e a saúde dos neurônios são afetados.
Os primeiros sinais desse acúmulo de toxinas podem ser encontrados, de acordo com especialistas, até 20 anos antes de qualquer sintoma do Alzheimer. Agora, a expectativa é que a potencial vacina possa impedir a formação dessa placa no cérebro, prevenindo os possíveis déficits cognitivos e a perda de memória.
Meu Deus, que boa notícia.