Um dia histórico para o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio. A ginasta Rebeca Andrade, de 22 anos, deu show e levou a medalha de prata na ginástica artística. A atleta de Guarulhos, na Grande São Paulo, alcançou um marco histórico ao se tornar a primeira mulher brasileira (e latino-americana) a chegar a um pódio nessa modalidade numa olimpíada.
Ao som do funk “Baile Favela”, ela marcou 57,298 pontos na prova, atrás apenas da americana Sunisa Lee, que marcou 57,433 pontos. O bronze ficou com a russa Angelina Melnikova, com 57,199 pontos.
Rebeca também entra para a histórica como a primeira mulher negra brasileira a ganhar uma medalha olímpica. “Durante muito tempo disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes e a primeira medalha olímpica da ginástica feminina é de uma mulher negra. Tem uma representatividade muito grande por trás de tudo isso”, comemorou a ex-ginasta Diane dos Santos.
Rebeca Andrade tem chances de conquistar novas medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. No próximo domingo, às 5h45 (horário de Brasília), a ginasta brasileira participará da decisão do salto; no dia seguinte, no mesmo horário, ela disputa a final do solo.
História de superação
Quem também brilhou em Tóquio foi a judoca Mayra Aguiar. Ela se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar três medalhas em esportes individuais. E teve que se superar. Passou por sete cirurgias e ficou nove meses sem treinar. Mas conquistou a medalha de bronze na categoria até 78kg, ao vencer a sul-coreana Hyunji Yoon.
O feito de Mayra é também histórico por vários motivos. Além de ser a primeira brasileira a conquistar três medalhas olímpicas em um esporte individual, é também a primeira a fazer isso em três Olimpíadas em sequência. Antes de Tóquio, ela já havia subido ao pódio em Londres 2012 e Rio 2016.
Mayra também chega ao topo do esporte que mais deu medalhas ao Brasil em Olimpíadas. O judô soma 24 pódios em Olimpíadas. Mayra tem três, mais do que qualquer outro no país.
Após a vitória, a judoca desabafou: “Não estou conseguindo falar, estou emocionada. Acho que é a conquista mais importante para mim. Foram difíceis os últimos tempos, bem difíceis, tem que superar, superar de novo e de novo. Não aguentava mais fazer cirurgia, ainda mais no momento que vivemos, tive medo, angústia. Mas continuei. Dar o nosso melhor vale a pena”, disse ela em entrevista à TV Globo.