A vacinação no Brasil contra a Covid-19 pode começar no próximo dia 20 de janeiro. Essa possibilidade já havia sido anunciada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello e o governo dá claros sinais de que está trabalhando intensamente para dar início ao processo de imunização nessa data.
O primeiro sinal nesse sentido foi dado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. O Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) havia solicitado ao laboratório indiano Serum, que está produzindo a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca, a importação, em caráter emergencial, de 2 milhões de doses do imunizante.
Na última quinta-feira, dia 7, Bolsonaro enviou carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo que ele interceda para que o envio do medicamento ao Brasil se dê de forma mais rápida, para permitir a “imediata implementação” do programa brasileiro de imunização.
Essas duas milhões de doses seriam usadas para dar o pontapé no Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid no Brasil. Mas o processo seria agilizado com a incorporação da Coronavac, a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, e que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, o maior produtor de vacina da América Latina.
O Butantan já tem em estoque 10,8 milhões de doses da Coronavac, mas até o final de janeiro deverá ter, no total, 46 milhões de doses. Uma parte considerável desse montante será incorporada ao programa nacional de vacinação.
O governo de São Paulo anunciou que vai iniciar a imunização de sua população no dia 25, com a meta de aplicar a vacina em 9 milhões de pessoas até dia 28 de março. Para tanto, precisa de 18 milhões de doses (já que a vacina exige a aplicação de duas doses).
O governo brasileiro decidiu comprar 100 milhões de doses da Coronavac. Já foi também confirmada a compra de 100 milhões de doses da vacina de Oxford, que chegarão ao país ao longo do primeiro semestre.
Essas 146 milhões de doses já seriam suficientes para vacinar, ainda no primeiro semestre, 73 milhões de brasileiros. Mas até julho o país ainda terá mais doses da Coronavac. O Butantan afirma que tem capacidade para produzir 1 milhão de doses por dia, o que significa 30 milhões de doses a cada mês.
Uso emergencial
Tanto a Coronavac quanto a vacina de Oxford/AstraZeneca já deram entrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial das vacinas. A previsão é que por volta do próximo dia 15 a agência se manifeste, mas especialistas afirmam que são muito boas as chances de que as duas sejam liberadas.
Com o aval da Anvisa, o Ministério da Saúde estará liberado para iniciar a vacinação, ainda que ela comece de forma mais tímida, com um número de doses ainda limitada.
Uma das dificuldades seria a disponibilidade de seringas. Entretanto, de acordo com o Ministério da Saúde, os municípios brasileiros têm hoje um estoque de cerca de 80 milhões de seringas, mais do que suficientes para iniciar a imunização.
A vacina de Oxford/AstraZeneca demonstrou eficácia entre 63% e 90%. Já a Coronavac tem eficácia de 78% e demonstrou ser 100% eficiente para evitar casos graves da doença.
São Paulo e Rio
O governo de São Paulo confirma o início da vacinação contra a Covid-19 no Estado para o próximo dia 25 de janeiro – a data do aniversário da capital paulista. Entretanto, já anunciou também que se a imunização nacional começar no dia 20, vai também antecipar o processo para essa data.
A prefeitura do Rio de Janeiro comprou 3,3 milhões de doses da Coronavac e também anuncia que vai iniciar a vacinação no próximo dia 25. O prefeito Eduardo Paes adiantou, entretanto, que vai seguir o programa de imunização do governo federal, o que significa que, caso a vacinação nacional comece dia 20 de janeiro, ele também poderá antecipar o processo na capital fluminense para essa data.
Ou seja, a vacinação no Brasil contra a desgraça da Covid-19 está próxima.
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