Superenzima é capaz de “comer” plástico em poucas horas

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Garrafa pet, que demora anos para se decompor, pode ser
Garrafa pet, que demora anos para se decompor, pode ser "comida" em horas por superenzima. Fotos - Pixabay

O que antes demorava semanas, agora vai acontecer em horas. O professor John McGeehan, do Centro de Inovação de Enzimas da Universidade de Portsmouth, Inglaterra, criou uma superenzima que é capaz de “comer” plástico em poucas horas. Alguns tipos de plástico podem demorar mais de um século para se decompor.

O professor e sua equipe de cientistas combinaram enzimas produzidas nos estômagos de certas bactérias para criar essa superenzima. O ponto de partida foi um estudo feito em 2016 por cientistas japoneses. Eles descobriram um inseto que vivia em montes de lixo plástico e que comia o material.

Em 2018, o mesmo professor John McGeehan conseguiu criar uma versão superior em seu laboratório uma nova enzima, o que acelerou significativamente o tempo de despolimerização.

Em abril deste ano, a Universidade de Toulouse, na França, descobriu uma enzima extraída da compostagem de folhas que deixa o PET despolimerizado em cerca de 10 horas quando aquecido a 70 graus centígrados. A empresa francesa Carbios pegou essa tecnologia e promete lançar o produto no mercado até 2024.

Lixo plástico é grande problema para o meio ambiente, pois demora anos para se decompor

Mais avanços

Mas o professor McGeehan conseguiu ir além dos franceses. Ao fazer uma combinação da enzima original (PETase) baseada na descoberta japonesa com uma outra (MHETase), esse coquetel de enzimas resultantes quebrou os plásticos três vezes mais rápido. Ao mesmo tempo, colocou o plástico em uma outra etapa para ser reutilizado.

“Foi preciso muito trabalho em ambos os lados do Atlântico, mas valeu a pena. Ficamos maravilhados em ver que nossa nova enzima quimérica é até três vezes mais rápida do que as enzimas separadas naturalmente, abrindo novos caminhos para mais melhorias”, comemorou o professor McGeehan ao anunciar a descoberta da superenzima.

As melhorias a que o professor se refere podem incluir a adição de mais enzimas para decompor o material natural, bem como os plásticos, tecidos mistos naturais/artificiais ou copos para bebidas.

Os cientistas ingleses ainda não informaram quando essa superenzima estará disponível no mercado.

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