Um novo equipamento que deve chegar ao mercado dentro de um ano vai acabar com um dilema do consumidor que resolve levar para casa um corte de carne bovina: “essa carne que estou comprando estará mesmo macia?”. Uma nova máquina criada pela empresa paulista Fine Instrument Technology (FIT) vai dar com precisão essa resposta em cerca de um minuto.
Segundo a zootecnista Fabiane de Souza, responsável pela pesquisa, dados sobre a textura de cortes de carne bovina são relevantes para toda a cadeia de produção. “Essa informação poderá ser utilizada por todas as empresas ligadas ao setor de comercialização de carnes bovinas, como frigoríficos, supermercados, casas de carne, restaurantes e também no meio científico, em universidades e institutos de pesquisas”, explica a pesquisadora.
Uma máquina portátil será colocada no estabelecimento comercial, que vai apontar o quão macia é a peça de carne escolhida, usando ressonância magnética nuclear, que é bastante utilizada na medicina. A FIT, entretanto, vem usando essa tecnologia no agronegócio. A empresa tem em seu portfólio de serviços o uso da ressonância magnética de baixo campo para fazer, em segundos, análises químicas e físicas de frutas, grãos, azeites e leites.
Hoje, para avaliar a maciez da carne, a peça precisa ser cortada e são necessários pelo menos dois dias para que o resultado seja obtido. “No método que estamos propondo, a carne é verificada na embalagem, pronta para ser comercializada. O resultado sai depois de um a dois minutos em que a medição é feita”, informa a zootecnista Fabiane de Souza.
O grupo de pesquisadores está definindo agora como a informação sobre a maciez da peça será repassada ao consumidor, de forma que possa ser compreendida por todos. Algumas alternativas estudadas são os selos do Programa Nacional de Energia Elétrica, que indica se determinado equipamento consome mais ou menos energia, e as etiquetas com informações sobre o grau de intensidade e qualidade do café, que são colocados nas embalagens dos produtos.
Informação preciosa para consumidor
“Vamos diferenciar o que é bom e informar isso ao consumidor por meio de um teste eficiente, feito por uma máquina bem calibrada para isso. A grande inovação do nosso projeto é determinar a maciez de modo não destrutivo”, assinala a pesquisadora Fabiane de Souza.
Com esse equipamento à disposição do consumidor, os fornecedores de carne terão também que se preocupar em colocar na prateleira dos estabelecimentos comerciais um produto de qualidade. Provavelmente, ninguém para querer levar carne dura para casa, salvo o caso de alguns cortes que sabidamente não são mesmo macios, exigindo outro tipo de preparo.
Para desenvolver a máquina, técnicos da FIT contaram com o apoio de pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Governo do Estado de São Paulo (Fapesp).
Com informações da Agência Fapesp
