Um estudo feito por pesquisadores da escola nacional de veterinária de Alfort, nos arredores de Paris, mostrou que os cães são capazes de detectar se uma pessoa está ou não infectada pelo novo coronavírus, com uma taxa de sucesso de 95%. O uso de cães para detectar a Covid-19 pode ser uma alternativa eficaz e barata para os testes.
Desde o início da pandemia, a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é “testar, testar, testar”. E os países que obtiveram mais sucesso no controle das infecções fizeram testes em massa. Outros, como é o caso do Brasil, testam muito pouco.
“Em um contexto em que, em muitos países do mundo, faltam testes de diagnóstico para estabelecer uma detecção em massa de pessoas contaminadas com Covid-19, achamos importante explorar a possibilidade de introduzir a detecção olfativa de cães como uma solução rápida, confiável e barata para pré-testar pessoas dispostas ou ser uma opção de verificação rápida em determinadas circunstâncias”, explicaram os responsáveis pelo estudo.
Para iniciar os trabalhos, os pesquisadores primeiro treinaram oito pastores belgas de Malinois para identificar o cheiro da COVID-19 no suor de indivíduos infectados. Posteriormente, coletaram 168 amostras de transpiração das axilas de indivíduos positivos para Covid que não precisavam de supervisão médica significativa.
Os frascos contendo amostras de transpiração Covid-positiva foram colocados em uma linha. Funis foram inseridos nos frascos, permitindo que os cães colocassem o nariz perto da amostra. Os ensaios foram realizados com 3, 4, 6 e 7 frascos, com apenas um contendo uma amostra positiva.
Quatro dos cães acertaram 100% dos diagnósticos. A média de acerto foi de 95%. “Os resultados deste primeiro estudo de prova de conceito demonstram que pessoas positivas para Covid-19 produzem um suor axilar que tem um odor diferente, para o cão, do que pessoas negativas”, contaram os autores do estudo.
Olfato apurado
Pesquisadores usam os cães para detectar doenças há anos. O olfato altamente desenvolvido do animal foi usado pela primeira vez para detectar tumores malignos de bexiga, colorretal e outros tipos de câncer na década de 1980.
Posteriormente, os cães começaram a participar de estudos para diagnosticar outras doenças, como epilepsia, diabetes e até Parkinson.
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