O governo do Paquistão encontrou uma alternativa para ajudar milhares de trabalhadores do país que ficaram desempregados por conta da Covid-19: resolveu reativar um programa ambicioso, batizado de “Um tsunami de 10 bilhões de árvores” e contratou 63 mil pessoas para reflorestar o país. Ganham os trabalhadores, a economia de pequenas comunidades e o meio ambiente.
O Paquistão, um país com cerca de de 216 milhões de habitantes, no sul da Ásia, vem sofrendo com crescentes ondas de calor, enchentes, secas e outros fenômenos naturais extremos. Para tentar reverter esse quadro, o governo do país decidiu, em 2018, lançar o ousado plano de plantar 10 bilhões de árvores pelo país.
Por conta da pandemia do coronavírus, o projeto parou, mas com o aumento do desemprego, o governo decidiu reativar a ideia e contratar os desempregados para o plantio das árvores. Mas os trabalhadores não podem se descuidar e precisam se proteger. Usam máscaras faciais e respeitam as diretrizes de distanciamento social.
Resgate
Nessa etapa, o governo do Paquistão decidiu priorizar o plantio das árvores em áreas rurais de baixa renda, o que ajuda os desempregados e também a economia local. Os contratados recebem uma diária de 500 rúpias paquistanesas, o equivalente a R$ 17. É metade do que eles ganhavam, mas ajuda a enfrentar as dificuldades da pandemia.
Relacionadas
Movimento mundial quer proteger índios brasileiros
Índia promete vacina contra coronavírus para outubro
O Ministério do Meio Ambiente do país afirma que vai contratar mais trabalhadores para tentar atingir a meta de plantar 20 milhões de mudas até o final deste ano. Malik Amin Aslam, que é o consultor de mudança climática do governo paquistanês, informou à agência de notícias Reuters que a intenção é continuar usando a pandemia para acelerar os esforços contra as mudanças climáticas.
“Essa trágica crise proporcionou uma oportunidade e decidimos agarrá-la”, disse Aslam à agência de notícias. “Nutrir a natureza está permitindo o resgate econômico de milhares de pessoas”, acrescentou.