No mês em que o mundo todo reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o Novembro Azul, uma boa notícia a respeito da doença. Pesquisadores da Universidade Queen Mary, de Londres, descobriram um novo e simples exame de sangue que se mostrou capaz de detectar com eficiência e precisão a presença do câncer de próstata agressivo.
Combinado com o atual teste de antígeno prostático específico, o chamado PSA, o novo exame poderá ajudar os homens a evitar biópsias desnecessárias e invasivas, além dos conhecidos excessos de diagnóstico e tratamento.
Apesar de ajudar no diagnóstico, o exame de sangue do PSA tem uma baixa especificidade (elevado número de falsos positivos), com cerca de 75% de todos os resultados positivos do PSA terminando com biópsias negativas, que não encontram câncer.
Além disso, a maioria dos cânceres de próstata diagnosticados em estágio inicial não são fatais se não forem tratados. A prática atual do teste combinado de PSA e biópsia para câncer de próstata resulta, portanto, conforme os especialista, em biópsias desnecessárias e no diagnóstico e tratamento excessivos de muitos homens.
O novo exame de câncer de próstata desenvolvido na Universidade Queen Mary detecta células cancerígenas precoces – ou células tumorais circulantes (CTCs) – que deixaram o tumor original e entraram na corrente sanguínea, de onde poderão se espalhar pelo corpo.
Segundo os pesquisadores, quantificar as células cancerígenas vivas intactas no sangue do paciente, em vez da proteína PSA (que pode estar presente no sangue por outras razões que não o câncer), resulta em um exame mais preciso.
Primeiros testes
Pesquisadores da Universidade Queen Mary avaliaram o uso do exame em 98 pacientes pré-biópsia e 155 pacientes com câncer de próstata recém-diagnosticados e atendidos no Hospital São Bartholomeu, em Londres.
Os resultados mostraram que a presença de células tumorais circulantes (CTCs) nas amostras de sangue pré-biópsia é um indicativo da presença de câncer de próstata agressivo, prevendo de forma eficiente e não-invasiva o resultado posterior da biópsia.
Quando os testes CTC foram usados em combinação com o atual teste PSA, revelaram os pesquisadores, foi possível prever a presença de câncer de próstata agressivo em biópsias subsequentes com precisão acima de 90%, melhor do que qualquer biomarcador relatado anteriormente, embora ainda não elimine uma quantia significativa (10%) de falsos positivos.
O número e o tipo de CTCs presentes no sangue também foram indicativos da agressividade do câncer. O foco no câncer de próstata mais agressivo pode reduzir o excesso de tratamento e biópsias desnecessárias para condições benignas e não-agressivas.
Como este estudo foi feito em um único hospital, os resultados precisarão ser validados em outros centros de pesquisa independentes, antes que o teste CTC seja disponibilizado para uso em larga escala.
Novembro Azul
Novembro Azul é um movimento mundial que acontece durante este mês para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata.
A doença é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros e as maiores vítimas são homens a partir dos 50 anos, além de pessoas com presença da doença em parentes de primeiro grau, como pai, irmão ou filho.
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