Antes tarde do que nunca. Quase dois meses após o surgimento das primeiras manchas de óleo, 5 mil homens do Exército começaram hoje, em Pernambuco, a ajudar no trabalho de limpeza das praias do Nordeste, resultado de um vazamento de petróleo, ainda de origem desconhecida.
A ajuda do Exército foi determinada pelo presidente em exercício, Hamilton Mourão. Desde que surgiram as primeiras manchas de óleo no litoral nordestino, em 30 de agosto, é a primeira vez que o homens das Forças Armadas participam do trabalho que tenta minimizar danos do desastre ambiental.
O reforço envolve cerca de 5 mil militares da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, baseada em Recife, e começou sua atuação em praias de Pernambuco. Entretanto, praias de todos os estados do Nordeste foram atingidas pelas manchas. A expectativa é que unidades das Forças Armadas baseadas em outros estados também participem de operação, já que o desastre pode provocar danos irreparáveis ao meio ambiente.
Até então, o trabalho de limpeza das prais vem sendo feito praticamente por voluntários, que já recolheram toneladas de óleo. Os voluntários se organizam por meio das redes sociais, na maioria das vezes, e planejam o trabalho de retirada do óleo das prais. Na Bahia, um desses grupos, denominado Guardiões do Litoral, já reúne mais de 100 pessoas.
Em Alagoas, o governo do Estado colocou um grupo de 43 detentos do regime semiaberto para ajudar a recolher as manchas de óleo de praias do litoral Norte do Estado. Por cada dia de trabalho, os detentos reduzem em dois dias as suas penas.
Em Pernambuco, a concessionária Rota dos Coqueiros está concedendo isenção do pedágio para os motoristas que desejam descer para as regiões de praia para ajudar no trabalho. Algumas empresas de transporte estão também colocando carros disponíveis para transportar voluntários.