O Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, a 114 km de Belo Horizonte, recebe até o dia 3 de setembro a exposição Janelas do Sertão, do artista belo-horizontino Zezinho Angrisano. São nove obras elaboradas em tinta acrílica sobre madeira, que retratam o universo literário de um dos maiores escritórios brasileiros a partir de peças que fazem referência aos principais personagens de sua literatura.
A principal influência do artista, como ele conta, é o aclamado livro “Grande Sertão: Veredas”, lançado em 1956. “O livro nasceu comigo. Sou de 1952 e somos contemporâneos. Ofereço essas peças dividindo minha arte com todos que queiram saber o mínimo do grande escritor. É a fase da minha obra onde joguei tinta e alma na concepção”, explica Zezinho.
Dentre os trabalhos presentes na exposição, destacam-se “Miguilim”, “Recado do morro”, “Madeiro Vaz”, “Matraga”, e, com mais intensidade, a obra “Grande Sertão: Veredas”, que condensa a narrativa do livro em imagens cuidadosamente desenhadas sobre a madeira.
Natural de Belo Horizonte, mas radicado em Cordisburgo, Zezinho, que é autodidata, está alinhado à arte Naif, estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação acadêmica sistemática. No seu trabalho, ele apresenta realidades naturais e fantasiosas, privilegiando cores intensas e elementos descritivos.
Casa Guimarães Rosa
Quem for ver a exposição do Zezinho poderá, claro, visitar ou mesmo revisitar o Museu Casa Guimarães Rosa, que preserva um acervo de vários pertences do escritor, composto de registros de sua vida como médio e diplomata, objetos de uso pessoal, vestuário, utensílios domésticos, mobiliário, além de fragmentos do universo rural descrito na sua obra.
O museu também guarda cerca de 700 documentos textuais, entre os quais merecem referência os registros de caráter pessoal (certidões, correspondência recebida e emitida, documentos escolares), discursos, artigos em periódicos e originais manuscritos ou datilografados, a exemplo de “Tutaméia”, sua última obra publicada.
Gruta de Maquiné
Cordisburgo, que tem cerca de 9 mil habitantes, é também famosa por abrigar a Gruta do Maquiné, descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joaquim Maria Maquiné, e que é considerada o berço da paleontologia brasileira.
A exploração científica do local foi realizada pelo dinamarquês Peter Lund, quase uma década depois do achado na fazenda de Seu Maquiné. Ele fazia peregrinações pela bacia do Rio das Velhas à procura de espécies de animais e vegetais. Durante dois anos de pesquisa, o botânico e zoólogo descobriu restos humanos e de animais pré-históricos.
SERVIÇO
EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA “JANELAS DO SERTÃO”
Artista: Zezinho Angrisano
Até quando: até 3 de setembro de 2018
Local: Museu Casa Guimarães Rosa (Rua Padre João, 744 – Cordisburgo/MG)
Horário de funcionamento: todos os dias – de 9h às 17h
Entrada gratuita
Como chegar a Cordisburgo – partindo de Belo Horizonte
- É preciso seguir pela BR-040, sentido Sete Lagoas, permanecendo na rodovia até o acesso à MG-231.
Mais informações sobre a visita a Gruta de Maquiné clique aqui