A boa notícia vem dos Estados Unidos. O Instituto de Pesquisa Scripps encontrou um anticorpo super potente que pode funcionar como mais uma arma contra a covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Mais uma esperança de tratamento para enfermidade, como é o caso da dexametasona, até que se encontre uma vacina eficaz contra o vírus.
A expectativa é que as injeções desse anticorpo em pessoas que estejam com os sintomas iniciais da doença possam reduzir os riscos de que ela evolua para um estágio mais grave. Se os testes ocorrerem dentro do previsto, o medicamento poderá estar disponível a partir de janeiro do próximo ano.
O estudo feito pela Scripps foi publicado na prestigiada revista Science. Para encontrar o anticorpo, médicos da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) colheram amostras sanguíneas de pacientes que haviam se recuperado de casos médios e graves do SARS-CoV-2.
Já os pesquisadores na Scripps desenvolveram células que imitavam os receptores usados pela doença para chegar nas células humanas. Assim, os os cientistas conseguiram isolar mais de mil células imunes que produzem anticorpos, sendo que cada uma produzia um tipo diferente de anticorpo contra o novo coronavírus.
Testes feitos em hamsters provaram que esse anticorpo foi eficiente para evitar que os animais contraíssem a Covid-19. Os pesquisadores também descobriram que um dos anticorpos é capaz de neutralizar a SARS-CoV, que causou um surto entre os anos de 2002 e 2004 na Ásia.
Produção em massa
Todas essas descobertas foram feitas em menos de sete semanas. Agora os cientistas vão avançar nos testes em outros animais e, posteriormente, em seres humanos, com chances de que, se tudo correr como o previsto, o remédio possa começar a ser comercializado no início do próximo ano.
Os anticorpos são uma boa opção por sua capacidade de neutralizar a habilidade do vírus de infectar as células do corpo humano. Depois de identificados, podem ser produzidos em massa — como aconteceu em outros casos, como para tratar o vírus do Ebola.
Outra possibilidade aventada pelos pesquisadores da Scripps é que esse anticorpo possa ser usado para a fabricação de uma “vacina temporária” para profissionais da área de saúde, pessoas idosas e do chamado grupo de risco (como hipertensos e diabéticos).
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