Aceita um biscoitinho delicioso como um abraço?
“Cabeça vazia, oficina do diabo”. Nem sempre. Tenho usado o tempo livre para pesquisar, ler muito, cozinhar, conviver com a família, enfim, buscar algo que realmente me traga prazer. E numa dessas buscas descobri os “calissons”. Amor à primeira vista.
Você deve estar aí se perguntando que raios vem a ser esse tal de “calisson”? Ah, esse biscoitinho dos sonhos tem muita história!
Um texto delicioso publicado no blog “Goiabada de marmelo” revela que as primeiras alusões ao calisson remontam ao século 12. A iguaria teria sido levada da Itália para a França em meados do século 15.
Uma das hipóteses sobre a origem do nome é que em 1454, no segundo casamento do Rei René d’Anjou com a jovem de 22 anos Jeanne de Laval, o chefe confeiteiro real serviu este doce para animá-la. A futura rainha, insatisfeita por se casar com um homem de 45 anos, surpreendeu ao esboçar um sorriso ao saborear um desses calins (abraços, em francês). O docinho ficou com esse nome. Quanto ao casal real as notícias são boas: o casamento foi muito feliz e durou 26 anos.
Outra hipótese, está lá no blog o texto, é que durante a peste de 1630, para prevenir a epidemia em Aix-en-Provence, um padre consagrou a cidade à Nossa Senhora e prometeu a Ela uma homenagem todos os anos. No fim da missa, os calissons abençoados eram distribuídos enquanto o povo cantava em latin “Venite ad Calice”. O “venha ao cálice” foi aos poucos se distorcendo, tornando-se “venha aos calissons”. Desde essa data, ainda hoje, em todo primeiro domingo de setembro, a cidade renova a promessa feita à Maria na igreja de Saint Jean de Malte em uma missa sempre seguida de uma festa popular.
Em 1874, o chef pâtissier suíço Leonard Parli desenvolveu e implantou a primeira fábrica do doce em Aix-en-Provence. Desde então, o pequeno doce é exportado como uma rica iguaria para todos os continentes.
Grau de dificuldade da receita? Enooorme !!! Tarefa para chefs confeiteiros. Nem vou me atrever.