Mais uma boa alternativa para as cerca de 320 milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de depressão. A FDA (Food and Drug Administration), a agência que regula alimentos e remédios nos Estados Unidos, acaba de liberar a venda de um spray nasal que promete tratar a depressão em 24 horas. O remédio já está sendo analisado pela Anvisa e deve ser liberado no Brasil em breve.
O novo medicamento, que recebeu o nome e Spravato, foi desenvolvido pela Johnson & Johnson é feito à base da esketamina, um anestésico de potencial alucinógeno que é “gêmeo” da ketamina.
De acordo com a publicação Business Insider, o registro do novo remédio foi conseguido depois de anos de testes. Inicialmente, entretanto, o spray só poderá ser usado em pacientes com alto grau de depressão e que não responderam a outros tratamentos.
Resultados e custos
De acordo com médicos que ministraram o novo medicamento para seus pacientes, o Spravato se mostrou eficaz e rápido. Em apenas quatro horas, pacientes que receberam a esketamina apresentaram sinais de melhora. Os tratamentos disponíveis hoje no mercado demoram, em média, 4 semanas para fazerem efeito.
A eficiência, entretanto, tem um preço alto. Nos Estados Unidos, cada sessão custa entre US$ 590 (o equivalente a R$ 2,2 mil) e US$ 885 (cerca de R$ 3,3 mil), a depender da dosagem que será utilizada. O primeiro mês do tratamento pode custar entre R$ 17,8 mil a R$ 25,5 mil.
Esses
custos devem ser reduzidos em breve, já que outros laboratórios farmacêuticos,
como Allergan e Sage, deverão começar a produzir medicamentos semelhantes.
A droga
A Ketamina é, normalmente, utilizada como anestésico para animais de grande porte, como cavalos. É também conhecida como “tranquilizante de cavalo” e costuma ser muito usada como droga por jovens em festas, por conta de seus efeitos alucinógenos – nesses ambientes é conhecida como conhecida como K (quêi), key, special K e vitamina K.
A esketamina, que é a base do Spravato, tem efeitos muito semelhantes e, por essa razão, seu uso precisa ser controlado. Mas os testes registrados mostraram que ela pode ser consumida de forma segura e representar “uma grande mudança” no combate à depressão.
Mas para entender melhor seus efeitos, a FDA determinou que, nas primeiras aplicações, o paciente deve estar acompanhado de um profissional de saúde, que deve monitorá-lo algumas horas após sua ingestão. Num primeiro momento, somente algumas clínicas certificadas terão a permissão de ministrar o tratamento.
No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 12 milhões de pessoas sofrem de depressão.