Um marco para a agricultura familiar e para disseminação dos sabores de Minas e do Brasil para o mundo. Essa é a proposta do Mercado de Origem, empreendimento que terá a primeira unidade construída no bairro Olhos D’água, às margens da BR-040, em Belo Horizonte.
O mercado vai funcionar como uma central de produtos, conhecimentos, tecnologias e eventos relacionados à agricultura de Minas Gerais e de outras partes do país, a partir de seis conceitos fundamentais: saber, saúde, sabor, social, sustentabilidade e sucesso.
No Brasil e em todo mundo, pequenas famílias em propriedades rurais produzem entre 70% e 80% dos alimentos, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Para a ONU, a agricultura familiar é um passaporte para erradicar a fome mundial e alcançar a segurança alimentar sustentável. No país, não é diferente. De cada dez alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros, sete vêm de pequenas propriedades, com produções em menor escala, sob responsabilidade direta de famílias que tocam a roça.
O grande problema para os agricultores familiares é a figura do atravessador que, muitas vezes, pressiona as famílias com condições abusivas e preços bem abaixo do mercado.
Sem atravessador
No Mercado de Origem, não vai existir a figura do atravessador. Um dos objetivos principais do projeto, além de valorizar a agricultura familiar, é abrir espaço para 300 produtores, cooperativas e associações de agricultura familiar comercializarem, diretamente para o consumidor final e para o atacado, produtos tradicionais como cafés, queijos, carnes, frutas, bebidas, doces e artesanato.
O mercado foi desenvolvido pela Fundação Doimo/Grupo Uai, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). Ao todo, o empreendimento terá cinco pavimentos, 14 mil metros quadrados na primeira fase e mais 26 mil metros quadrados na segunda.
Centro de atacado e varejo
A ideia é que o espaço seja um centro de atacado e varejo para apresentação, exposição e prova de produtos de origem, de forma a proporcionar experiências que façam os visitantes percorrerem toda a história do produto e do produtor, da fazenda à mesa.
O projeto contará com infraestrutura completa para cursos gastronômicos, cozinha show, além de ilhas gourmet, onde as famílias vão poder se reunir e preparar pratos sob a supervisão de um profissional culinário.
Uma fazendinha urbana, com horta orgânica, animais, peixes e aves para crianças e adolescentes, também faz parte do projeto. No espaço, os jovens vão conhecer como funciona uma fazenda, além de aprender e praticar o plantio de frutas e hortaliças.
Suporte técnico
A seleção dos produtores, cooperativas e associações de agricultura familiar que vão integrar o Mercado de Origem está sendo realizada por meio de um termo de cooperação técnica com a Emater-MG. A empresa está considerando critérios como qualidade dos produtos, capacidade de entrega e emissão de notas fiscais, além de habilitação sanitária.
Além de selecionar os produtores, a Emater-MG vai acompanhá-los para dar suporte técnico necessário da porteira para dentro, orientar a produção e para amparar nas agendas de comercialização.
A expectativa é que o Mercado de Origem seja inaugurado no segundo semestre de 2019.
Com informações da Agência Minas