A Copa do Mundo é um marco fundamental do futebol que, a cada quatro anos, faz com que o planeta olhe o esporte de uma forma diferente. É onde são atestadas as inovações táticas escondidas em campeonatos que nem todos acompanham e é também o palco para jogadores que vivem longe dos holofotes conquistarem seu lugar ao sol.
Neste Mundial da Rússia, como era esperado, teve um pouco disso, temperado com surpresas e decepções inerentes ao esporte. Mas, o que mais me surpreendeu, foi o desconhecimento generalizado sobre a capacidade de outros países também jogarem futebol e, sim, mesmo com suas limitações, criarem táticas para vencer partidas e até se classificar (vejam que absurdo…)
Normalmente, essa surpresa vem à tona para os incautos quando o Brasil se despede da competição. Sem os pentacampeões, os torcedores logo disparam contra o torneio, alegando que a Copa não é tão boa assim, que muitos times “fracos” avançaram, que o futebol está nivelado por baixo. Esses foram alguns absurdos que ouvi nos últimos dias.
A Copa do Mundo não é um torneio feito para o Brasil ganhar, como muitos pensam por aí. E, sim, é muito interessante ver que países que há pouco tempo faziam figuração no esporte também aprenderam a jogar. E, mais ainda, amam o futebol, acompanham, estudam, consomem.
Claro que a globalização ajuda na evolução e é mais fácil para os profissionais envolvidos acompanharem o que acontece fora de suas fronteiras. O resultado disso é cada vez mais especialização e formação de bons jogadores. Salah é egípcio, Benatia é um ótimo zagueiro marroquino e Sigurdsson é um islandês que joga na Premier League. Todos em alto nível.
Um dos reflexos imediatos disso nós veremos no domingo, quando a Croácia, país de apenas 4 milhões de habitantes e que existe formalmente há pouco mais de 20 anos, entrar em campo para duelar com a favorita França na final da Copa do Mundo. Isso mesmo: final da Copa. Muitos vão se assustar com a camisa quadriculada em campo e um monte de nomes terminados em “ic”. Para um apaixonado pelo esporte como eu, é uma alegria e tanto ver a evolução de novas culturas futebolísticas. Que vença o melhor e viva o futebol!