It-dogs bombam na internet

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Imagem - Pixabay
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Era pra ser só uma homenagem à Meg e ao Curisco. Só que a última crônica confirmou o que youtubers e demais entendidos em redes sociais costumam dizer: Você quer cliques? Quer mais interação nas suas postagens? Então abuse dos posts sobre cachorros. Vai chover na sua horta.

Tem até quem crie perfis caninos. As redes sociais estão cheias deles. Só pra você ter ideia, a hashtag #instadog já ultrapassou a marca de 57 milhões de postagens.

Confesso que a intenção nem era fazer do Curisco e da Meg mais dois it-dog na web. Mas foi o que quase aconteceu. Choveram cliques e comentários. No Instagram, nos stories, Twitter, no WhatsApp.

Ah, teve queixa também.

  • Uai, por que você não falou sobre o Urso?

A reclamação mais do que justa é do João Cabral, também endossada pela Gyslaine. Eu deveria mesmo ter contado sobre as gracinhas desse “cãozinho” adotado pela família. Tá certo que o Urso late alto etc. e tal … Ah, por que Urso? Haja pelo e disposição pra catar o que fica espalhado pela casa. Lembra quando as madames abonadas usavam um casaco de pele (credo!!!). Fiquei aqui pensando em casaco de pelo. Reaproveitamento, sabe? Mas quem se importa, né? O que o Urso tem de pelo tem de carinho. Toneladas.

Lá de Brasília veio mais um comentário (ou seria uma crônica?). Marcel não se intimidou ao revelar que fala a língua dos cães. Ele, inclusive, confessou que tem grande afinidade com os peludos. A saudade do Camões não cabe no peito. O Camões foi adotado pela família.

  • Além de bonito, Camões era carinhoso. Vivia sempre comigo, amava a Lulu e cuidava como um leão da Sofia e da Bela. Morreu depois de viver 16 anos conosco. Antes, morava nas ruas. Tinha sido abandonado.

Adotado pela família, Camões passou a viver como um príncipe, “com direito à ração de primeira, caminha pra dormir, coleira com seu nome, veterinário pra cuidar dele, banhos caprichados com a Lulu e assistência de um petshop. Todo todo aqui. Quando viajávamos o zelador do condomínio, Lindomar, nosso amigo, cuidava do Camões pra nós. Dava carinho, alimentava com ração e dava água limpa e fresca todos os dias. Apesar de bem cuidado, quando voltávamos era um chororô de dar dó. Havia sentido muitas saudades.”

Marcel conta que quando Camões morreu, já velhinho, foi embrulhado na sua própria toalha cheirosa e limpa e enterrado com todas as honras. A cova foi feita no quintal, em meio às flores e fruteiras. Foi cavada por ele e pelo Lindomar. Por cima, foi colocada uma lápide feita com pedras de Pirenópolis e sobre a pedra a plaquinha que Camões usava com seu nome.

Uma curiosidade: a exemplo do escritor português, Camões também era cego de um olho. Ai, não deu outra. Amantes da boa literatura, Lulu e Sofia não tiveram dúvidas. O nome do novo amigo de quatro patas só podia ser Camões.

  • Fizemos um luto de pouco mais de três meses. Depois adotamos outro cachorro, também numa feira de cães sem dono. Tinha pouco mais de um mês de vida, um bebê cão e o levamos pra casa. Sofia o batizou de Napoleão, Isabela de Otávio. Pra não ter briga, nós o batizamos como Napoleão Otávio.

O Napoleão é calmo, carinhoso, muito esperto, olhos límpidos e atentos, um belo cão sem rabo. Sim, nasceu sem rabo, bem peludo, amarronzado e com a boca preta. Um cão muito garboso, bonito.

  • Adoro o Napoleão. Quando conversamos ele atende. Deita de barriga pra cima. Fica se oferecendo pra ganhar carinho. Faz parte da família. É uma troca constante de amabilidades. Cães e seres humanos às vezes se entendem melhor do que humanos com humanos.

Vai entender, né mesmo? Só pode ser coisa de Deus.

5 COMMENTS

  1. Curisci e Meg são nossos amores. Camões era isso mesmo que o Marcel disse. Amoroso e protetor. Não importava o tempo que não nos via. Quando íamos vistar a família, lá estava o Camões nós fazendo a maior festa.

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