Relatório que acaba de ser divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que a Finlândia é, pelo sétimo ano consecutivo, o país mais feliz do mundo. Em segundo lugar aparece a Dinamarca, seguida por Islândia, em terceiro. O Brasil registrou um avanço significativo, subindo cinco posições no ranking de felicidade global, mas aparece em 44º lugar.
Desde 2012, a ONU vem realizando o Relatório Mundial da Felicidade, uma medição anual que visa compreender e avaliar os níveis de felicidade em diferentes países. O trabalho é uma iniciativa da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e se baseia não apenas na análise de dados econômicos e sociais, mas também na percepção de felicidade das pessoas.
Os critérios considerados no estudo incluem apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção. Esses fatores são cruciais para entender não apenas o bem-estar individual, mas também o coletivo, refletindo nas políticas públicas e nas condições de vida das populações ao redor do mundo.
Destaque para a Finlândia
A liderança da Finlândia pelo sétimo ano consecutivo não é apenas um título, mas um reflexo de políticas bem-sucedidas que priorizam o bem-estar de seus cidadãos. A proximidade com a natureza, um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, além do acesso gratuito à saúde e educação são fatores-chave que contribuem para a satisfação dos finlandeses.
Jennifer De Paola, pesquisadora da Universidade de Helsinque especializada em felicidade, destaca que os finlandeses têm uma compreensão mais acessível do que é uma vida bem-sucedida. Em contraste com muitos países onde o sucesso é muitas vezes associado ao ganho financeiro, na Finlândia a qualidade de vida é valorizada de forma mais abrangente.
Brasil: Progresso e Desafios
Para o Brasil, o avanço de cinco posições no ranking é motivo de comemoração, mas também de reflexão. Este progresso reflete mudanças positivas em vários aspectos sociais e econômicos, mas também destaca os desafios contínuos que o país enfrenta.
Entre os países sul-americanos, o Brasil está à frente apenas do Uruguai e do Chile, indicando áreas onde ainda há espaço para melhorias significativas. A melhoria na percepção de felicidade entre os brasileiros pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo políticas governamentais, avanços econômicos e mudanças culturais.
No entanto, é essencial não perder de vista os desafios que persistem, como a desigualdade social, a corrupção e a falta de acesso universal a serviços básicos, como saúde e educação. Estes são elementos fundamentais que influenciam diretamente a felicidade e o bem-estar da população brasileira e requerem atenção contínua por parte das autoridades e da sociedade civil.
Tendências Globais
Além das classificações específicas de cada país, o relatório da ONU oferece insights valiosos sobre tendências globais e mudanças ao longo do tempo. Um dos aspectos notáveis é a ausência dos Estados Unidos e da Alemanha entre os 20 países mais felizes, ocupando as posições 23 e 24, respectivamente.
Por outro lado, países como Costa Rica e Kuwait entraram no top 20, destacando diferentes abordagens para o bem-estar e o desenvolvimento sustentável. A análise também revela que nenhum dos países mais populosos do mundo está entre os 20 primeiros, sugerindo que a felicidade não está necessariamente relacionada com o tamanho da população ou o desenvolvimento econômico.
Uma das observações mais preocupantes do relatório é o aumento da desigualdade na felicidade em várias regiões do mundo. Enquanto na Europa a desigualdade parece estar diminuindo, em outras partes do globo, como América do Norte e Austrália, a disparidade entre as gerações está se acentuando.
Essa tendência levanta questões importantes sobre as políticas sociais e econômicas adotadas por diferentes países e a necessidade de abordar as lacunas de oportunidades e acesso que podem perpetuar desigualdades intergeracionais.
Mundo Mais Feliz e Igual
O relatório mundial da felicidade oferece uma visão abrangente dos fatores que contribuem para o bem-estar humano em escala global. A liderança da Finlândia e o progresso do Brasil são exemplos de como políticas focadas no bem-estar social podem influenciar positivamente a felicidade das pessoas.
No entanto, também é um lembrete das desigualdades persistentes que existem em todo o mundo e da necessidade de continuar trabalhando para construir sociedades mais justas e equitativas. O caminho para um mundo mais feliz passa por políticas inclusivas, investimentos em educação e saúde, além de um compromisso contínuo com a promoção dos direitos humanos e da igualdade de oportunidades.
Veja a posição de alguns países no ranking de felicidade:
- 1. Finlândia
- 2. Dinamarca
- 3. Islândia
- 4. Suécia
- 5. Israel
- 6. Países Baixos
- 7. Noruega
- 8. Luxemburgo
- 9. Suíça
- 10. Austrália
- …
- 20. Reino Unido
- 23. Estados Unidos
- 26. Uruguai
- 38. Chile
- 44. Brasil
- 48. Argentina
Com informações da ONU